Ministro demite secretário-executivo após prisão em operação contra fraudes no INSS

Previdência Social

O ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, determinou a exoneração do secretário-executivo da pasta, Adroaldo Portal, após a decretação de sua prisão preventiva no âmbito de uma operação da Polícia Federal que investiga fraudes em descontos aplicados a aposentados e pensionistas do INSS.


A decisão foi tomada nesta quinta-feira (18), no mesmo dia em que a nova fase da investigação foi deflagrada.


Para ocupar o cargo, o ministro nomeou o procurador-federal Felipe Cavalcante e Silva, que até então exercia a função de consultor jurídico do ministério.


A substituição ocorre em meio ao avanço das apurações, conduzidas pela PF em conjunto com a Controladoria-Geral da União, que cumprem 52 mandados de busca e apreensão, 16 prisões preventivas e outras medidas cautelares.


As investigações apontam a existência de um esquema estruturado para a realização de descontos irregulares em benefícios previdenciários entre 2019 e 2024. Segundo a Polícia Federal, os valores desviados podem alcançar R$ 6,3 bilhões, afetando diretamente aposentados e pensionistas do INSS em todo o país.


Adroaldo Portal, que tinha 23 anos de atuação como jornalista no Congresso Nacional, ocupava o segundo posto mais importante da Previdência no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Antes de assumir a secretaria-executiva, ele foi chefe de gabinete do senador Weverton Rocha, que também foi alvo de mandados de busca e apreensão nesta etapa da operação.


Além de Portal, a ação policial resultou na prisão de Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Antunes Camilo, conhecido como “Careca do INSS”, e de Éric Fidelis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS André Fidelis.


Um novo mandado de prisão também foi expedido contra o próprio Antônio Carlos Antunes Camilo, que já estava preso desde setembro.


O avanço das investigações ocorre após uma fase anterior da operação, em novembro, quando a PF prendeu o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto e outros oito investigados, entre eles ex-dirigentes do instituto e empresários ligados a entidades que intermediavam os descontos.


Em nota, o Ministério da Previdência informou que a exoneração de Adroaldo Portal foi determinada após o ministro tomar conhecimento das acusações reveladas pela operação.


A pasta afirmou ainda que seguirá colaborando com as investigações e atuará para recuperar os recursos desviados pelo esquema, que, segundo o ministério, teve início em gestões anteriores e foi interrompido no atual governo.


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