Dados do Painel da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, revelam que o Acre contabilizou 10.142 violações de direitos humanos entre janeiro e novembro de 2025. As informações foram consultadas neste sábado (6) e apontam para um cenário crítico em que a maior parte dos suspeitos são pessoas do núcleo familiar das vítimas.
No mesmo período, o Brasil registrou 340.566 protocolos de denúncias, resultando em 593.036 denúncias e 4.282.885 violações — números que reforçam a complexidade e a dimensão da violência em âmbito nacional.
Acre é responsável por 1.425 denúncias no ano
No estado, foram registrados 797 protocolos de denúncias que resultaram em 1.425 denúncias formalizadas. Cada denúncia pode envolver mais de uma violação, o que explica o volume elevado de registros.
Os dados mensais mostram que a violência permanece distribuída ao longo de todo o ano, com picos em maio e agosto:
Janeiro – 136;
Fevereiro – 144;
Março – 122;
Abril – 86;
Maio – 166;
Junho – 114;
Julho – 143;
Agosto – 146;
Setembro – 140;
Outubro – 121;
Novembro – 107;
Mulheres são maioria entre suspeitos e entre vítimas
Apesar de casos de violência geralmente estarem associados a agressores masculinos, no Acre os dados mostram uma realidade distinta. Entre os suspeitos:
627 (43,85%) são mulheres;
530 (37,06%) são homens;
226 (15,8%) não autodeclararam gênero;
39 (2,73%) não tiveram o gênero informado;
Entre as vítimas, o padrão se mantém invertido:
786 (54,81%) são mulheres;
551 (38,42%) são homens;
68 (4,74%) não autodeclararam gênero;
Mães e filhos lideram listas de suspeitos
A análise da relação entre suspeitos e vítimas revela que a maior parcela das violações ocorre dentro de casa. A mãe aparece como suspeita em 2.481 violações, enquanto filhos ou filhas são responsáveis por 2.528 violações, liderando o ranking.
Outras relações identificadas:
995 violações: relação não esclarecida;
731 violações: pai;
427 violações: irmão ou irmã;
293 violações: padrasto ou madrasta;
137 violações: vizinho;
Os números mostram que o ambiente doméstico segue como o principal foco de violações de direitos humanos no Acre, atingindo sobretudo mulheres e envolvendo principalmente familiares diretos.
A Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos reforça que denúncias podem ser feitas gratuitamente pelo Disque 100, pelo WhatsApp oficial ou pela plataforma digital, e que o anonimato é garantido.


