Falhas na atenção básica elevam tabagismo no Acre e em outros estados da Amazônia Legal

(Photo by Pascal Le Segretain/Getty Images)

Um estudo nacional sobre saúde pública revelou que o tabagismo segue mais presente em comunidades tradicionais da Amazônia Legal, realidade que afeta diretamente o Acre e outros estados da região. A pesquisa aponta que o isolamento geográfico, a dificuldade de acesso à atenção básica e fatores culturais contribuem para índices mais elevados de fumantes nessas populações.


De acordo com o levantamento “Mais Dados, Mais Saúde”, realizado pelas organizações Vital Strategies e Umane, 12% das pessoas que vivem em comunidades tradicionais da Amazônia Legal se declaram fumantes, enquanto entre os demais moradores da região o percentual é de 6%. O estudo abrange os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e parte do Maranhão, que juntos somam cerca de 26,7 milhões de habitantes.


No Acre, onde há forte presença de indígenas, ribeirinhos, seringueiros e extrativistas, a distância dos serviços de saúde e a falta de ações contínuas de prevenção dificultam o combate ao tabagismo. A mesma realidade é observada em áreas rurais e comunidades isoladas dos demais estados analisados, especialmente no Amazonas, Pará e Rondônia.


Além das falhas estruturais, fatores culturais também influenciam o consumo. O tabaco ainda é utilizado em rituais tradicionais e está associado à rotina de trabalho em comunidades indígenas, ribeirinhas e extrativistas, realidade comum em vários pontos da Amazônia Legal.


O levantamento também aponta que 12,3% da população da região consome álcool regularmente, três ou mais vezes por semana, índice bem superior à média nacional, estimada em cerca de 3%. Entre os fumantes, os homens são maioria, com 12,8%, enquanto as mulheres representam 4,6%.


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