O dólar fechou a segunda-feira em alta ante o real, na contramão do exterior, onde a moeda norte-americana cedia ante a maior parte das demais divisas, com participantes do mercado citando o tradicional fluxo de saída de recursos em dezembro como um dos motivos para o avanço das cotações no Brasil.
Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar à vista BRBY fechou em alta de 0,47%, aos R$5,3606 na venda. No ano, porém, a divisa acumula perdas de 13,24%.
Às 17h02, o contrato de dólar futuro para janeiro — atualmente o mais negociado no Brasil — subia 0,42% na B3, aos R$5,3930.
Na sexta-feira o dólar à vista fechou em baixa de 0,31%, aos R$5,3353.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,360
- Venda: R$ 5,360
Dólar Turismo
- Compra: R$ 5,360
- Venda: R$ 5,540
O que aconteceu com o dólar?
No exterior o dia foi marcado pela queda do dólar ante boa parte das demais divisas, com destaque para o recuo em relação ao iene, após o presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, sinalizar que as condições estão se alinhando para um possível aumento dos juros no país asiático.
No Brasil, o dólar tentou se alinhar ao viés negativo vindo do exterior, mas ainda pela manhã migrou para o território positivo. Após atingir a cotação mínima de R$5,3274 (-0,15%) às 9h14, o dólar à vista marcou a máxima de R$5,3626 (+0,51%) às 16h33, já na reta final da sessão.
“Estamos na contramão do exterior hoje, diferentemente dos últimos pregões, quando estávamos nitidamente alinhados. Eu creditaria isso a três motivos: ao mercado de olho nas questões locais, ao fluxo sazonal e ao movimento de realização do investidor estrangeiro na bolsa”, comentou durante a tarde o diretor da assessoria FB Capital, Fernando Bergallo.
Um operador ouvido pela Reuters também citou como motivo para a alta das cotações no Brasil o tradicional fluxo de fim de ano, quando empresas e fundos costumam mandar dólares ao exterior. Além disso, ele reiterou que há uma preocupação com as questões locais — em especial com temas que afetam o equilíbrio fiscal do governo.
Investidores também acompanharam pela manhã os comentários do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, em evento da XP Investimentos, em São Paulo.
Apesar de afirmar, no início de sua fala em um evento da XP Investimentos, que seu discurso não traria novidades, Galípolo fez novas ponderações a respeito da mensagem de política monetária do BC.
Ele afirmou que já faz “algum tempo” que a autarquia mantém o termo “bastante” em suas comunicações ao defender uma Selic restritiva por período “bastante prolongado”, enfatizando que essa contagem de prazo não zera a cada reunião de política monetária.
“Você está falando assim: o ‘bastante prolongado’, já faz algum tempo que o ‘bastante’ está ali, então você está considerando que faz algum tempo, é isso mesmo”, disse ele ao responder a uma pergunta sobre a comunicação do BC. “O ‘bastante’, não é que ele zera a cada nova reunião que a gente escreve, ele não zera a cada reunião.”
Atualmente a Selic está em 15% ao ano, e o mercado discute quando começará o processo de corte de juros pelo BC. Já a taxa de juros nos Estados Unidos está na faixa de 3,75% a 4,00%, com os investidores apostando em nova redução na próxima semana.
No mercado de câmbio, a diferença entre os juros no Brasil e nos EUA tem sido apontada pelos agentes como um fator favorável à entrada de recursos no país, o que mantém as cotações do dólar em patamares mais baixos.
Pela manhã, o Banco Central informou no boletim Focus que economistas do mercado mantiveram em 15% a projeção para a Selic no fim deste ano e em 12% a expectativa para o final do próximo ano. Já o dólar projetado para o fim de 2025 seguiu em R$5,40 e para o encerramento de 2026, em R$5,50.
No fim da manhã, o BC vendeu 50.000 contratos de swap cambial tradicional, para rolagem do vencimento de 2 de janeiro.
No exterior, às 17h05, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,03%, a 99,412. A moeda norte-americana tinha queda de 0,45% em relação ao iene, a 155,45.


