Após subir a R$5,56 pela manhã, o dólar perdeu força no Brasil e encerrou a sessão praticamente estável ante o real, em sintonia com a melhora mais ampla dos ativos brasileiros após o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçar em entrevista à imprensa que a decisão sobre a Selic em janeiro ainda não está tomada.
A esperança de que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ainda seja o principal nome da direita na eleição presidencial também tirou força da moeda norte-americana, em meio ao noticiário político do dia.
Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar à vista fechou o dia em leve alta de 0,04%, aos R$5,5244. No ano, a moeda acumula baixa de 10,59%.
Às 17h05, o contrato de dólar futuro para janeiro — atualmente o mais líquido no Brasil — cedia 0,01% na B3, aos R$5,5330.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,524
- Venda: R$ 5,524
O que aconteceu com dólar hoje?
Na manhã desta quinta-feira, uma pesquisa AtlasIntel para a Bloomberg indicou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mantém a liderança de intenções de voto nos cenários para a eleição presidencial de 2026, enquanto Flávio tem desempenho melhor que o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), nas simulações de primeiro turno.
No cenário em que tanto Flávio quanto Tarcísio aparecem como candidatos, Lula lidera com 47,9% das intenções de voto, o senador soma 21,3% e o governador de São Paulo tem 15%. A margem de erro é de 1 ponto percentual.
As atenções se voltaram também para o Relatório de Política Monetária, no qual o Banco Central indicou que projeta uma inflação em 12 meses de 3,2% no terceiro trimestre de 2027 — ainda um pouco acima do centro da meta contínua perseguida pela instituição, de 3%.
O terceiro trimestre de 2027 passou a ser considerado pelo mercado como um período chave, já que se torna a referência para o horizonte relevante da política monetária na reunião de janeiro do BC.
Durante coletiva de imprensa sobre o relatório, porém, tanto Galípolo quanto o diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, pontuaram que as projeções são embutidas de incerteza e que há limitações para elas em um horizonte de 18 meses.
Sobre isso, Guillen reforçou a ideia, já contida no comunicado da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom), de que o BC mira “o redor da meta” de inflação.
Galípolo também disse que a autarquia segue dependente de dados e que “não há portas fechadas” nem “setas dadas” para as decisões de política monetária.
“Agentes estão tentando achar dica em texto que não dá dica”, afirmou Galípolo. “Não decidimos o que vamos fazer nem na reunião de janeiro nem na de março nem nas próximas. Não queríamos comunicar o que vamos fazer porque não decidimos o que vamos fazer”, reforçou.
Em meio aos comentários de Galípolo, o dólar se reaproximou da estabilidade, em movimento ajudado ainda pela perda de força da moeda norte-americana no exterior.
(Com Reuters)


