Criança autista retirada de avião no Acre perde consulta com neuropediatra

O garoto Daniel Lima Batista, de 8 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista – TEA, que foi retirado do avião da Gol pela tripulação nesse domingo, 30, no aeroporto de Cruzeiro do Sul, perdeu uma consulta que tinha marcada para esta segunda-feira, 1º, em Rio Branco, capital do Acre. A consulta com a neuropediatra Cholen Werklaenhg Rodrigues estava marcada para 8 horas, no Instituto Unimed Terapias, e terá de ser remarcada para nova data.


A mãe de Daniel, a policial civil Ângela Adélia da Silva Lima, contou ao ac24horas que a Gol a chamou nesta segunda-feira, no aeroporto, para combinar o embarque de Daniel na companhia de um colaborador, o que ela não aceitou. “Eles têm um colaborador caso eu não possa ir. Estou indo lá para ver como faremos porque para embarcar hoje, não dá tempo. Tá muito em cima da hora para mim, eu tô até fardada ainda do serviço”, contou.


O caso

Ângela acionou a Polícia Militar ao aeroporto nesse domingo, 30, quando o filho dela foi retirado de dentro do avião da Gol sem ela ser comunicada do fato previamente, nem ser chamada a bordo. Segundo Ângela, ela seguiu todos os procedimentos exigidos para que o filho pudesse viajar desacompanhado até Rio Branco.


Segundo a mãe, o menino não estava dando alteração, nem causando problema e a empresa já havia sido comunicada previamente da condição dele, que ele embarcaria sozinho até a capital, onde o pai já o esperava no aeroporto.


Daniel estava indo passar as férias com o pai na capital e passaria por uma consulta médica. A mãe, que é policial civil, conta que permaneceu no aeroporto durante todo o tempo e não foi acionada para ir até a aeronave.


“Eu comprei a passagem com antecedência, informei que ele era autista, foi feito todo o procedimento, paguei aquela taxa de R$ 200 para ele viajar com a companhia. Durante todo o tempo de espera ele estava tranquilo, ele foi todo feliz, tem até o vídeo. Eu permaneci no aeroporto, mas não recebi nenhuma ligação. Em momento algum me ligaram para dizer que o Daniel não queria colocar o cinto ou que precisava de algo. Não me chamaram, nada. Só vi meu filho já sendo retirado do avião. Tiraram meu filho como se fosse um pacote, entregaram para mim. Foi constrangedor, doloroso e totalmente evitável. Os funcionários me relataram que ele não queria pôr o cinto, que queria um biscoito, que depois alterou o volume do celular e não queria baixar. É ridículo isso porque pessoas que estavam no mesmo voo não confirmaram isso e disseram que podem testemunhar como ele estava. Ele tinha uma consulta e vai perder. Eu chamei a Polícia Militar e registrei o caso e farei o mesmo junto à Polícia Civil para responsabilizar a empresa”, contou a mãe de Daniel.


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