Cheia do Rio Acre já afeta 20 mil pessoas em Rio Branco

Foto: Jean Lopes/Secom

A cheia do Rio Acre e dos igarapés que cortam a capital acreana já atingiu cerca de 5 mil famílias em Rio Branco, sendo 4 mil na zona urbana e outras mil na zona rural. A estimativa da Defesa Civil Municipal é de que aproximadamente 20 mil pessoas tenham sido afetadas de alguma forma pela elevação das águas. Os números foram apresentados pelo secretário municipal de Defesa Civil, tenente-coronel Cláudio Falcão, durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (29), pela Prefeitura de Rio Branco.


Segundo Falcão, o impacto da cheia vai além das áreas diretamente alagadas e alcança famílias que enfrentam dificuldades de acesso, prejuízos materiais e riscos à segurança. “Nós já temos hoje uma estimativa de 4 mil famílias atingidas na zona urbana e cerca de mil na zona rural. Quando transformamos isso em pessoas, estamos falando de algo em torno de 20 mil moradores impactados direta ou indiretamente por essa cheia”, afirmou.


O secretário explicou que os dados são atualizados diariamente a partir do trabalho de campo das equipes da Defesa Civil, em conjunto com outras secretarias municipais. “Esses números não são estáticos. Eles crescem à medida que o rio sobe e os igarapés transbordam. Por isso, o monitoramento é permanente”, destacou. De acordo com ele, os igarapés urbanos têm papel decisivo no agravamento da situação em diversos bairros. “Em muitos pontos, o problema não é apenas o Rio Acre, mas a elevação simultânea dos igarapés, que acaba alagando áreas mais baixas da cidade”, disse.


Cláudio Falcão ressaltou que parte das famílias atingidas precisou deixar suas casas, enquanto outras permanecem em situação de vulnerabilidade. “Temos famílias desabrigadas, que já estão em abrigos públicos ou no Parque de Exposições, e também muitas famílias desalojadas, que foram para casas de parentes ou amigos. Todas entram no nosso levantamento, porque todas precisam de algum tipo de apoio”, explicou.


Durante a coletiva, o secretário também chamou atenção para os impactos na zona rural, muitas vezes menos visíveis, mas igualmente preocupantes. “Na área rural, o isolamento é um dos principais problemas. São comunidades que ficam sem acesso, com estradas interrompidas e dificuldade para escoar produção e receber atendimento”, afirmou, acrescentando que as equipes seguem realizando levantamentos nessas regiões.


Falcão reforçou que o foco principal da atuação da Defesa Civil é a preservação de vidas. “Nosso trabalho é antecipar riscos, retirar famílias de áreas perigosas e orientar a população. A prioridade absoluta é evitar vítimas”, declarou. Ele voltou a alertar para que moradores de áreas ribeirinhas e próximas a igarapés sigam as orientações oficiais. “É fundamental que as pessoas não resistam às orientações de saída quando há risco. A água sobe rápido e o perigo é real”, alertou.


A prefeitura informou que o balanço dos números da cheia continuará sendo divulgado de forma periódica, conforme a evolução do nível do Rio Acre e dos igarapés na capital. Enquanto isso, a Defesa Civil segue em regime de plantão, com equipes mobilizadas para monitoramento, atendimento às famílias atingidas e apoio às ações humanitárias do município


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