Após o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), fazer um apelo público ao Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) e à Defensoria Pública para que apoiem a retirada de famílias de áreas de risco na região conhecida como Papoco, o MPAC se manifestou sobre o caso e contestou parte das declarações do gestor municipal.
Em resposta à reportagem do ac24horas, o promotor de Justiça Thalles Ferreira Costa afirmou, inicialmente, que o Ministério Público lamenta a tragédia decorrente do evento extremo que resultou no desmoronamento de residências. No entanto, esclareceu que o planejamento de retirada apresentado pela Prefeitura ao MPAC não incluía a área onde ocorreram os desabamentos.
Segundo o promotor, o plano encaminhado ao Ministério Público dizia respeito exclusivamente à região do Papoco — chamada pelo MP de Papuco — e não ao bairro Preventório, onde as casas desmoronaram. “O planejamento de retirada das pessoas apresentado ao Ministério Público não se refere ao bairro em questão onde ocorreram os desabamentos”, destacou.
Thalles Ferreira Costa ressaltou ainda que o MPAC acompanha a situação das áreas de risco em Rio Branco há bastante tempo, solicitando relatórios, requisitando informações e cobrando dados sobre a real situação das construções habitacionais e das áreas vulneráveis da capital. De acordo com ele, muitas dessas requisições não têm sido atendidas pela gestão municipal.
“O Ministério Público vem, há muito tempo, acompanhando essa situação, pedindo relatórios e requisitando informações acerca da real situação de construção de casas habitacionais e das áreas de risco em Rio Branco, o que, na maioria das vezes, não tem sido atendido”, afirmou.
O promotor reforçou que o MPAC tomou conhecimento apenas da intenção de retirada de famílias da região do Papuco, tema que segue em debate e discussão institucional, e não da área do Preventório, onde ocorreu o desmoronamento das residências.
