Últimas ararinhas-azuis em vida livre no Brasil são infectadas por vírus fatal

Camile Lugarini/Ministério do Meio Ambiente

As últimas ararinhas-azuis que ainda viviam soltas no Brasil foram diagnosticadas com um vírus altamente letal, recolocando em alerta os esforços para recuperar a espécie. As informações são do portal g1.


Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), as 11 aves estavam participando de um programa de reintrodução na Bahia após terem sido trazidas de volta da Europa, mas acabaram contaminadas pelo circovírus.


Miguel Monteiro/Ministério do Meio Ambiente

A identificação do vírus ocorreu depois que uma decisão judicial determinou a recaptura das aves em novembro. Exames conduzidos pelo ICMBio apontaram que todas estavam infectadas.


O instituto concluiu que a disseminação do vírus está ligada a falhas de manejo no criadouro da empresa Blue Sky, onde as ararinhas permaneceram antes de serem soltas.


Miguel Monteiro/Ministério do Meio Ambiente

Os técnicos identificaram problemas como falta de higiene em viveiros e comedouros, além da ausência de equipamentos de proteção por parte da equipe que manipulava os animais. A negligência levou à aplicação de uma multa de R$ 1,8 milhão à empresa.


Segundo a coordenação de emergências do ICMBio, o surto poderia ter sido evitado caso as normas de biossegurança tivessem sido rigorosamente aplicadas. Apenas um exemplar havia apresentado resultado positivo inicialmente, mas, sem o isolamento adequado, a contaminação se espalhou por todo o grupo. Há preocupação adicional sobre a possível exposição de outras espécies de psitacídeos nativas da região.


Agora sob cuidado direto do ICMBio, as ararinhas não poderão mais retornar ao ambiente natural.


O circovírus provoca a chamada doença do bico e das penas, que compromete o crescimento das penas, altera colorações e pode deformar o bico — um quadro irreversível e, na grande maioria das vezes, fatal. Apesar da gravidade para as aves, não há risco de transmissão para humanos.


A origem do circovírus ainda não foi determinada; a doença não é comum na região do sertão baiano, embora seja registrada com maior frequência em populações de psitacídeos na Austrália.


Compartilhar

Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn

Últimas Notícias