O mês de novembro começou sangrento no Acre, com o prenúncio de ser um dos mais violentos do ano. Somente nos três primeiros dias foram registrados três assassinatos, sendo um em Rio Branco, um em Tarauacá e outro em Assis Brasil.
A motivação, segundo a polícia, é a mesma que tem sido responsável por mais de 80% das mortes violentas no estado: a disputa entre facções criminosas. Além disso, uma morte violenta foi registrada no trânsito, na rodovia AC-10, que liga a capital ao município de Porto Acre.
O primeiro homicídio ocorreu na manhã de sábado (1º), no bairro Belo Jardim, considerado o segundo mais violento da capital, atrás apenas da Cidade do Povo. A vítima foi Paulo Henrique Ferreira da Silva, de 32 anos, pintor de paredes, sem antecedentes criminais.
Segundo a polícia, ele havia acabado de chegar do trabalho e saiu de casa de bicicleta para comprar o almoço da esposa e dos três filhos. Ao retornar pelo Ramal da Judia, foi surpreendido por dois homens em uma motocicleta. Baleado várias vezes pelas costas, Paulo Henrique caiu na pista asfaltada e morreu antes de receber socorro de moradores.
Em Assis Brasil, município localizado a 330 quilômetros de Rio Branco, na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Bolívia, dois jovens desrespeitaram o toque de recolher imposto por uma facção criminosa no bairro Bela Vista, onde moradores evitam sair de casa após a meia-noite.
Os dois foram perseguidos e atacados por integrantes de um grupo rival. Erivan Pereira da Silva, de 33 anos, ficou para trás e acabou atingido por um tiro de espingarda nas costas. Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o momento em que dois homens se aproximam da vítima caída e a executam com um segundo disparo na cabeça, fugindo logo em seguida.
O terceiro assassinato foi registrado em Tarauacá, a cerca de 400 quilômetros da capital. A vítima, Gilberlândio Castro de Souza, de 40 anos, usava tornozeleira eletrônica. O corpo foi encontrado na manhã desta segunda-feira (3), próximo ao aterro do Mercado Municipal, vestido apenas com uma bermuda, apresentando múltiplas perfurações de arma branca e marcas de pauladas.
Segundo a polícia, Gilberlândio era usuário de drogas e cumpria pena em regime semiaberto, mas costumava passar as noites nas ruas consumindo bebidas alcoólicas e entorpecentes. Ao lado do corpo foram encontradas uma faca de mesa quebrada e ripas de madeira, possivelmente utilizadas no crime.
A Polícia Civil investiga os três casos, mas, até o momento, as autorias permanecem desconhecidas.
				











