Há cinco anos, um pai do interior do Acre busca provar que o filho, morto em um suposto confronto com a polícia, não era criminoso, mas vítima de uma execução. A história, marcada por dor e resistência, é retrato da luta de um homem que se recusa a aceitar o silêncio como resposta.
De acordo com reportagem do Domingo Espetacular, exibida pela Record TV e divulgada pelo portal R7, os anos de 2022, 2023 e 2024 colocaram Brasiléia no topo do ranking das cidades mais violentas do Acre, com os maiores índices de mortes provocadas por armas de fogo. Foi nesse contexto que, em 2020, dois jovens foram mortos na cidade.
As vítimas eram Vicente, de 19 anos, filho de uma professora local, e Álvaro, de 16, filho do capitão reformado do Exército Antônio Lúcio. Amigos e estudantes da mesma escola, os dois foram assassinados na mesma noite e no mesmo local, em uma rua deserta de Brasiléia.
Para chegar à cidade, a equipe do programa percorreu cerca de 3.500 quilômetros de avião até Rio Branco, capital do Acre, e mais 230 quilômetros por estrada, em um trecho de asfalto irregular. Apesar da aparência pacata e dos 30 mil habitantes, Brasiléia convive com a insegurança típica de uma região de fronteira. Separada da boliviana Cobija apenas por uma pequena ponte sobre o rio Acre, a cidade é constantemente afetada por conflitos e pela ação de grupos criminosos.
Os agentes identificados como Oséas de Oliveira Lira e Cleonízio Marques Vilas Boas, integrantes do Grupo Especial de Fronteira (Gefron) — unidade policial responsável pela segurança nas divisas do estado —, foram apontados como os autores das mortes dos dois jovens. O caso segue sendo alvo de contestação por parte das famílias, que cobram reabertura das investigações e responsabilização dos envolvidos.












