Japão pagará “preço doloroso” se agir sobre Taiwan, diz Ministério da Defesa da China

Esta foto tirada em 1º de agosto de 2017 mostra o pessoal do Exército de Libertação do Povo Chinês participando da cerimônia de inauguração da nova base militar da China em Djibuti • Stringer/AFP/Getty Images

O Ministério da Defesa da China afirmou nesta quinta-feira (27) que o Japão terá que pagar um “preço doloroso” se ultrapassar os limites em relação a Taiwan, em resposta aos planos japoneses de instalar mísseis em uma ilha localizada a cerca de 100 km da costa taiwanesa.


As declarações ocorrem em meio à pior crise diplomática entre os dois países em anos, depois que a primeira-ministra japonesa, Sanae Takaichi, afirmou neste mês que um hipotético ataque chinês a Taiwan poderia desencadear uma resposta militar de Tóquio.


O ministro da Defesa do Japão, Shinjiro Koizumi, afirmou no domingo (23) que os planos para o destacamento de uma unidade de mísseis terra-ar de médio alcance em uma base militar em Yonaguni, uma ilha a cerca de 110 km da costa leste de Taiwan, estão “avançando firmemente”.


Questionado sobre o destacamento, que já foi criticado pelo Ministério das Relações Exteriores da China, o Ministério da Defesa chinês declarou que a “solução da questão de Taiwan” é um assunto interno da China e não diz respeito ao Japão, que controlou Taiwan de 1895 até o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945.


“O Japão não só deixou de refletir profundamente sobre seus graves crimes de agressão e domínio colonial em Taiwan, como, ao contrário, desafiando a opinião mundial, alimentou a ilusão de uma intervenção militar no Estreito de Taiwan”, declarou o porta-voz Jiang Bin em uma coletiva de imprensa regular.


Bin continuou acrescentando que, “o Exército de Libertação Popular possui capacidades poderosas e meios confiáveis ​​para derrotar qualquer inimigo invasor. Se o lado japonês ousar cruzar a linha, mesmo que minimamente, e atrair problemas para si, inevitavelmente pagará um preço doloroso”.


O governo democraticamente eleito de Taiwan rejeita as reivindicações territoriais de Pequim, afirmando que somente o povo da ilha pode decidir seu futuro.


O presidente de Taiwan, Lai Ching-te, revelou esta semana planos para gastar US$ 40 bilhões adicionais em defesa nos próximos oito anos, o que a China criticou como um desperdício de dinheiro que só levaria Taipé ao desastre.


Questionado sobre essa crítica, o porta-voz do Conselho de Assuntos Continentais de Taiwan, Liang Wen-chieh, disse nesta quinta-feira (27) que os gastos com defesa da China são muito maiores do que os de Taiwan.


“Se eles dessem importância à paz entre os dois lados do Estreito, esse dinheiro também poderia ser usado para melhorar a economia da China continental e a qualidade de vida da população”, afirmou ele.


“Os dois lados do Estreito não estariam mais nessa situação de hostilidade; isso seria bom para todos.”


As forças armadas chinesas operam quase diariamente nas águas e no espaço aéreo ao redor de Taiwan, em uma ação que o governo taiwanês considera parte da campanha de assédio e pressão de Pequim contra o país.


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