O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado nesta quinta-feira, 13, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta os efeitos positivos das políticas públicas e dos incentivos do governo do Acre voltados à cafeicultura. Segundo a estimativa de outubro de 2025, a produção de café no estado alcançou 6,1 toneladas, um salto expressivo em relação às 3 toneladas registradas no ano anterior. O crescimento de 99,7% reforça a consolidação do cultivo como uma atividade agrícola em expansão no Acre.

O LSPA é uma pesquisa mensal com o objetivo de monitorar e estimar a produção das principais lavouras do Brasil. A coleta de dados é feita por técnicos do instituto, em parceria com órgãos estaduais e municipais, considerando informações como área plantada, rendimento médio por hectare e produção total estimada.
No caso do Acre, o levantamento aponta uma área plantada de 62,3 mil hectares, que resultou em uma produção superior a 184,4 toneladas de alimentos, incluindo arroz, banana, café, cana-de-açúcar, feijão e laranja, entre outros.
Funções estratégicas do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola
– Apoiar o planejamento agrícola, fornecendo dados que ajudam produtores, cooperativas e empresas a compreenderem o cenário produtivo;
– Subsidiar políticas públicas, orientando decisões sobre crédito rural, abastecimento e segurança alimentar;
– Informar o mercado, influenciando preços, exportações e estratégias comerciais;
– Monitorar impactos climáticos, permitindo avaliar como eventos como secas ou chuvas excessivas afetam a produção agrícola.

Incentivos ao café
Desde 2019, a cadeia produtiva do café no Acre registrou um salto expressivo, ampliando sua movimentação financeira de R$ 28 milhões para R$ 139 milhões. Atualmente, o setor ocupa a 5ª posição no ranking econômico estadual, com uma produção de 6,1 mil toneladas, das quais mais de 91% são provenientes da agricultura familiar.
A Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri) tem desempenhado um papel estratégico no fortalecimento da cafeicultura local, articulando ações que impulsionam toda a cadeia produtiva.
Entre as iniciativas de destaque está o Concurso de Qualidade do Café Qualicafé, que projetou produtores locais para o cenário nacional, valorizando o talento regional e consolidando o Acre como referência na produção de cafés especiais.
No início de novembro, a pasta mais uma vez levou os vencedores do concurso à Semana Internacional do Café (SIC), realizada em Belo Horizonte (MG). Um vídeo institucional exibido no evento destacou a evolução da cafeicultura acreana ao longo dos últimos seis anos. Somente em 2025, o setor recebeu mais de R$ 4 milhões em investimentos, voltados à assistência técnica, fomento à produção e qualificação de produtores.
Estudos da Seagri indicam que, mantido o ritmo atual de investimentos, o café poderá se tornar, em até dez anos, um vetor decisivo para romper o ciclo da pobreza rural, movimentando cerca de R$ 532 milhões por ano. Desse montante, 85% seriam direcionados à preservação da floresta e à geração de renda sustentável.
A Seagri tem desempenhado um papel estratégico no fortalecimento da cafeicultura local, liderando e articulando ações que impulsionam toda a cadeia produtiva. “Este é o momento de o Acre mostrar ao mundo que produz café, e café de qualidade. Isso elevou nosso estado a um novo patamar, pois as pessoas passaram a reconhecer o valor do nosso produto”, afirmou o titular da Seagri, José Luiz Tchê.
Para o secretário, o diferencial da produção acreana está no modelo sustentável: “Nossa história de 84% de floresta protegida é motivo de orgulho. Hoje, a compensação da área desmatada vem por meio da produção, e o café tem cumprido esse papel com excelência”, destacou o gestor durante a SIC.

Café com raízes coletivas
Outra iniciativa que tem contribuído significativamente para os avanços da cafeicultura no Acre é o maior complexo industrial da agricultura familiar da Região Norte, inaugurado este ano em Mâncio Lima, no Vale do Juruá. A estrutura é resultado da articulação entre a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e A Cooperativa de Café do Juruá (Coopercafé), consolidando-se como uma ponte estratégica entre o governo estadual, o governo federal e a iniciativa privada.
A tecnologia e a inovação têm se destacado como pilares promissores no fortalecimento da agropecuária acreana, e a Seagri tem assumido papel de protagonismo nesse avanço. Durante a Expoacre Juruá, foi lançado oficialmente o Programa de Análise e Diagnóstico de Solos do Acre – Solo Fértil, voltado à melhoria da qualidade dos solos e ao aumento da produtividade agrícola de forma sustentável.
Por meio de estudos técnicos detalhados das propriedades rurais, o programa contribui diretamente para a valorização da agricultura familiar e para a preservação dos recursos naturais, promovendo um modelo em que produção e conservação caminham lado a lado.
“O sabor do nosso café vem do solo, então precisamos cuidar bem dele e acompanhar esse desenvolvimento. Nosso clima é fantástico, e acreditamos que a inauguração do complexo vai trazer uma nova dinâmica para os produtores, transformando o Vale do Juruá em um polo de cafeicultura. Isso agrega valor ao nosso produto e garante que o pequeno produtor seja incluído nesse novo patamar”, avalia o secretário José Luiz Tchê.
Estimativa de produção por cultivo (em toneladas)
– Mandioca – 494.311 t
– Milho – 122.067 t
– Banana – 89.854 t
– Soja – 55.219 t
– Cana-de-açúcar – 10.256 t
– Laranja – 5.252 t
– Arroz (em casca) – 4.339 t
– Feijão – 2.829 t
– Fumo – 112 t


