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Governo do Rio de Janeiro divulga lista com nomes de 115 mortos em megaoperação

Moradores do Complexo da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, levam ao menos 50 corpos para a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, no início da manhã desta quarta-feira, 29, após a megaoperação mais letal da história do Estado. O ativista Raull Santiago, do Instituto Papo Reto, afirmou que os corpos foram encontrados em uma área de mata na Serra da Misericórdia. • JOSE LUCENA/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO

O Governo do Rio de Janeiro, por meio da Polícia Civil, divulgou na noite deste domingo (2) uma espécie de perfil de 115 dos 117 suspeitos mortos na megaoperação policial realizada no último dia 28. A ação também deixou quatro policiais mortos.


O documento traz os nomes dos homens que, segundo o governo Cláudio Castro (PL), resistiram à abordagem policial e foram mortos. Dos 115 nomes divulgados, 97 possuem alguma passagem criminal — as anotações da maioria apontam o crime de tráfico, e em alguns nomes não consta qual o crime cometido. O número também inclui quem possui registro como menor infrator.


O governo também lista 10 mortos que não possuem nenhum histórico criminal, mas que teriam ligação com o CV (Comando Vermelho) comprovada por meio de “fotos em redes sociais”. Em um dos casos, o governo aponta que um dos mortos, de 18 anos, não tem nenhuma passagem, mas tem um perfil na rede social Instagram feito em 2022 e que não tem nenhuma foto, o que mostraria “indícios de limpeza de perfil”.


Entre os 115 nomes, 7 não possuem histórico de anotação criminal e nem há informação sobre redes sociais. Além disso, há um nome sem nenhuma informação. O governo também informou que dois laudos do IML resultaram em perícias inconclusivas na identificação dos mortos.


De acordo com o governo, mais de 95% dos identificados tinham vínculo comprovado com o Comando Vermelho, e 54% não eram do Rio de Janeiro.


O levantamento aponta ainda que 62 dos mortos eram naturais de outros estados: 19 do Pará, 12 da Bahia, 9 do Amazonas, 9 de Goiás, 4 do Ceará, 3 do Espírito Santo, 2 da Paraíba, um do Maranhão, um do Mato Grosso, um de São Paulo e um do Distrito Federal.


A lista também aponta que, no Rio de Janeiro, há chefes de organizações criminosas oriundos de 11 estados, distribuídos por quatro das cinco regiões do país.


Segundo o governador do estado, Cláudio Castro, a apuração concluída é o verdadeiro retrato da criminalidade. “Entre os que morreram ao reagir à ação das forças policiais, havia diversos líderes criminosos. Inclusive de outros estados, como chefes do tráfico do Espírito Santo, Amazonas, Bahia e Goiás. Se não tiver uma integração efetiva de poderes e demais entes, sob a ótica e apoio federal, vamos vencer batalhas, mas não a guerra. Conter a expansão territorial do Comando Vermelho e enfrentar criminosos de alta periculosidade depende de ações unificadas e inteligentes. É o início de um grande processo no Brasil” afirmou.


De acordo com o secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, a divulgação da lista não representa o encerramento das investigações. Ele afirmou que todos os resultados da operação estão sendo documentados “para garantir a transparência e a legalidade da operação”. Segundo o secretário, os relatórios estão em elaboração e serão encaminhados aos órgãos competentes.


“Essa mínima fração de narcoterroristas neutralizados que não possuíam anotações criminais, nem imagens em redes sociais portando armas ou demonstrando vínculo com facções criminosas não significa nada. Se eles não tivessem reagido à abordagem dos policiais, teriam sido presos em flagrante pelo porte de fuzis, granadas e artefatos explosivos, por tentativa de homicídio contra os agentes de segurança e também pelos crimes de organização criminosa e associação para o tráfico de drogas. Portanto, são narcoterroristas que saíram do anonimato.”


Felipe Curi, secretário de Polícia Civil do Rio de Janeiro

Para o secretário de Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes, os confrontos ocorreram com suspeitos que reagiram à ação.


“Uma estratégia fundamental adotada pelas forças de segurança foi empurrar os bandidos para uma área de mata fora da área habitada, no alto do morro, preservando a segurança da população. Foi lá onde se deram os maiores embates. E quem estava na mata, estava em confronto com a polícia”. afirmou Menezes.


Veja os nomes:

Faixa etária dos mortos

A análise dos perfis divulgados pelo governo aponta que as idades dos mortos variam de 14 a 55 anos, com predominância de jovens entre 20 e 30. Entre os 112 identificados com data de nascimento, dois eram menores de 18 anos e três tinham mais de 40.


A média de idade registrada é de 28 anos.


 


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