O dólar voltou a recuar no Brasil nesta terça-feira, acompanhando a baixa da moeda norte-americana ante quase todas as demais divisas no exterior, em mais um dia de aumento das apostas de corte de juros nos Estados Unidos em dezembro.
Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar à vista encerrou em baixa de 0,35%, aos R$5,3761 na venda. No ano, a divisa acumula perdas de 12,99%.
Às 17h03, o contrato de dólar futuro para dezembro — atualmente o mais negociado no Brasil — cedia 0,28% na B3, aos R$5,3790.
Dólar comercial
- Compra: R$ 5,379
- Venda: R$ 5,380
Dólar Turismo
- Compra: R$ 5,405
- Venda: R$ 5,585
O que aconteceu com dólar hoje?
A possibilidade de corte de juros nos EUA em dezembro permanece no foco, com os ativos precificando nesta manhã de terça-feira 80,7% de chances de redução de 25 pontos-base, contra 19,3% de probabilidade de manutenção, conforme a Ferramenta CME FedWatch.
A taxa de juros nos EUA está atualmente na faixa de 3,75% a 4,00%, enquanto a taxa básica Selic está em 15% ao ano no Brasil. Este diferencial de juros entre Brasil e EUA tem sido apontado por analistas como um fator de atração de recursos para o país, o que vem mantendo o dólar em níveis mais baixos.
Investidores acompanham a participação de Galípolo em audiência da CAE do Senado, em busca de pistas sobre até quando a Selic seguirá em 15%. Na segunda-feira, em evento em São Paulo, o presidente do BC disse que a instituição está insatisfeita com o nível da inflação e que, por isso, a Selic segue em patamar restritivo.
Nesta manhã, o Banco Central informou que o Brasil teve déficit em transações correntes de US$5,121 bilhões em outubro, acumulando em 12 meses um rombo equivalente a 3,48% do Produto Interno Bruto (PIB). A expectativa em pesquisa da Reuters com especialistas era de um saldo negativo de US$4,8 bilhões em outubro.
Na outra ponta, o investimento direto no país (IDP) somou US$10,937 bilhões em outubro — acima do déficit em conta corrente e também da projeção da pesquisa com especialistas.
Em eventos recentes, Galípolo tem ponderado que o déficit em transações correntes no Brasil reflete o quanto o consumo no país segue aquecido, apesar das restrições da política monetária.
Nos EUA, o mercado de trabalho voltou a mostrar sinais de enfraquecimento nas últimas semanas. Empresas privadas cortaram em média 13,5 mil vagas por semana no período de quatro semanas até terça-feira, segundo atualização da ADP. Na leitura anterior, o ritmo havia sido de 2,5 mil demissões semanais.
Com a paralisação parcial do governo ainda afetando a divulgação de dados oficiais, indicadores alternativos vêm preenchendo lacunas sobre a atividade econômica. Alguns órgãos divulgaram novos cronogramas, mas estatísticas consideradas essenciais, como o payroll mensal, só serão retomadas em dezembro.
Já as vendas no varejo dos Estados Unidos aumentaram menos do que o esperado em setembro, dando uma pausa após um período recente de fortes ganhos. As vendas varejistas tiveram alta de 0,2% após um ganho não revisado de 0,6% em agosto, informou o Census Bureau do Departamento de Comércio nesta terça-feira. Economistas consultados pela Reuters previam que as vendas no varejo, que são, em sua maioria, mercadorias e não são ajustadas pela inflação, subiriam 0,4%.


