O Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) é uma ferramenta indispensável para todos os brasileiros que querem iniciar a vida acadêmica. Muitos detentos que cumprem pena nas unidades prisionais do Acre também carregam esse anseio. E, com as ferramentas de ressocialização, buscam um novo caminho, tendo no Enem para Pessoas Privadas de Liberdade (Enem PPL) a chance de ingressar no ensino superior ou mesmo serem certificados no ensino médio.

Cumprindo pena no Complexo Penitenciário de Rio Branco, F.H.B. relata que está concluindo o ensino médio na Escola Fábrica de Asas, que fica dentro do presídio, e diz que sonha em cursar Educação Física e ser professor: “Eu estou me sentindo até uma pessoa da sociedade novamente. Através de chances que a pessoa vai ganhando, a pessoa pode mudar e ser alguém na vida. Eu tenho vontade de ser professor de educação física”. Questionado sobre como está se preparando, responde: “Procuro dialogar com os professores e tirar as duvidas. Vou tentando acertar o máximo de questões quando passam as atividades”.

A diretora da Escola Fábrica de Asas, Roselí Albuquerque, ressalta a importância da vida escolar dos detentos: “A maioria, quando adentra no sistema prisional, para de estudar por diversos motivos, e aqui eles têm a oportunidade, para, quando sair, terem mais chances de adentrar no mercado de trabalho”.

No Acre, foram 832 inscritos para realizar o Enem PPL, que será realizado em 16 e 17 de dezembro. Este ano, o Enem volta com a possibilidade de obter a certificação no ensino médio, por meio da prova, explica Margarete Frota, chefe da Divisão de Educação Prisional do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen): “O Enem esse ano tem um diferencial. Nesse contexto, a gente priorizou a inscrição para quem é aluno e quem não é aluno que não concluiu e solicitou através do NAF [Núcleo de Atenção à Família]. Para o acesso ao nível superior, foram inscritos aqueles que solicitaram”.











