O criminoso Eduardo Queiroz Veríssimo, de 23 anos, vulgo “Caboco”, preso durante uma intervenção policial, e Yago Silva e Silva, de 16 anos, morto na mesma ação na madrugada desta sexta-feira (14), no bairro Triângulo Novo, em Rio Branco, são apontados pela Polícia como suspeitos de envolvimento no assassinato do jovem Micaias Santos Almeida, de 18 anos, ocorrido em fevereiro deste ano — crime que chocou moradores do bairro Taquari, em Rio Branco e outros homicídios na capital.
Segundo a polícia, Eduardo e Yago são considerados criminosos de alta periculosidade com várias passagens pela justiça, inclusive pelo crime de homicídio, tráfico de drogas e integram a organização Bonde dos 13 (B13), responsáveis por atuar na guarda da região do Triângulo, especialmente na Rua Padre José.
Yago Silva e Silva (morto pela PM)
A polícia informou ainda que Eduardo havia saído recentemente do presídio, onde respondia como suposto autor do assassinato de Micaias e que Yago é era suspeito também de participar nas mortes de Luiz Afonso da Cunha, de 47 anos, e Adálio de Águiar Fernandes, de 48 anos, ocorrido na madrugada do dia 22 de junho de 2024, dentro de uma distribuidora e mercearia situada na Rua Baguari, no bairro Taquari, no Segundo Distrito de Rio Branco. Cerca de oito criminosos invadiram o local, aonde estavam as vítimas com suas famílias e o executaram a tiros.
Micaias Santos Almeida (assassinado em fevereiro).
Nas redes sociais, a dupla aparece ostentando armas de fogo e fazendo apologia ao crime organizado.
Entenda o caso
Por volta das 21h desta quinta-feira, 13, a Polícia foi foi informado via rádio que indivíduos armados teriam sido vistos a pé na Rua Passeio, no bairro Taquari. Diante disso, as equipes intensificaram o patrulhamento na região.
Já por volta da 1h, a guarnição realizava patrulhamento ostensivo e preventivo nos bairros Taquari e Triângulo para evitar conflitos entre as organizações criminosas Comando Vermelho (CV) e Bonde dos 13 (B13). Ao entrar na Rua Padre José, os policiais avistaram dois indivíduos parados em uma esquina, local conhecido como ponto de comércio ilegal de entorpecentes.
Ao perceberem a aproximação da polícia, um dos indivíduos atravessou a rua e o outro permaneceu no local. Ambos estavam armados. Um deles portava a arma na cintura e tentou escondê-la, enquanto o outro carregava uma arma na mão e tentou ocultá-la atrás do corpo.
Durante a tentativa de abordagem, um dos suspeitos jogou a arma no chão e se rendeu. O outro Yago, sacou a arma da cintura e tentou apontá-la para o policial, que reagiu rapidamente e efetuou um único disparo para cessar a agressão iminente.
A guarnição acionou o Serviço de Atendento Móvel de Urgência (SAMU) e isolou a área para os trabalhos periciais. Os indivíduos foram identificados como Yago Silva e Silva, vulgo “Sinistro” (alvejado), e Eduardo Queiroz Veríssimo, vulgo “Caboco”, ambos conhecidos por envolvimento em tráfico de drogas e suspeitos de participação em diversos homicídios.
O SAMU prestou atendimento ao ferido, mas Yago não resistiu e morreu dentro da viatura de suporte avançado. O óbito foi atestado pelo médico socorrista Dr. Luiz Alberto. Durante o atendimento, foram encontrados três cartuchos calibre 28 intactos e entorpecentes que caíram do bolso do paciente.
A Polícia Técnica realizou os exames periciais, e equipes da DHPP e do comando de patrulha acompanharam o procedimento. Em conversa com os policiais, Eduardo afirmou que realizava a segurança do local ao lado do comparsa e que as armas seriam usadas apenas para proteção.
Diante das circunstâncias, Eduardo recebeu voz de prisão pelos crimes, em tese, de porte ilegal de arma de fogo, associação para o tráfico e tráfico de drogas. Após os procedimentos periciais e liberação da cena, ele foi conduzido ileso à Delegacia de Flagrantes (DEFLA)
O caso Micaias
O jovem Micaias Santos Almeida, de 18 anos, foi morto a tiros no dia 16 de fevereiro deste ano, na Rua Baguari, no bairro Taquari. Ele era conhecido por coordenar um clube de futebol local e por participar de ações sociais voltadas a jovens da comunidade.
Segundo a investigação, Micaias seguia de bicicleta com um amigo quando foi surpreendido por quatro homens em duas motocicletas. Os criminosos efetuaram diversos disparos pelas costas do jovem, que morreu no local. O amigo, identificado como André, foi atingido três vezes e sobreviveu.