O chefe da Divisão de Inteligência Policial (DIP) da Polícia Federal (PF), delegado Leandro Almada, fez uma série de críticas ao projeto de lei que equipara facções criminosas com organizações terroristas. Segundo o delegado, que também é o responsável pela Divisão Antiterrorismo da PF, a proposta vai “aumentar o custo do país inteiro” e punir o setor empresarial.
— Isso vai trazer consequências. Temos gente do mercado financeiro dizendo que um enquadramento desses vai aumentar o custo do país inteiro. O mercado vai ter que gastar centenas e centenas de milhares para aumentar o seu compliance. Quem vai taxar ou punir não quer saber se o dinheiro sujo foi por dolo ou culpa. (Tem) A ação de estados estrangeiros sem nenhum controle aqui dentro — disse o delegado da PF.
As declarações de Almada foram dadas nesta quarta-feira durante uma reunião na Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) no Senado.
O projeto de lei que trata do tema está em tramitação na Câmara dos Deputados e ganhou impulso após a megaoperação ocorrida contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro. O governador do Rio, Cláudio Castro, inclusive, é um dos políticos que mais tem feito campanha pelo projeto.
Para o diretor do DIP, se aprovado, o pedido ainda pode resultar no “rebaixamento da nota de crédito do país”.
— Isso vai refletir no custo do crédito ao brasileiro, seja no agro ou de qualquer outra área econômica. Não vai impactar só na imagem do país. E os outros países têm outros interesses no nosso país que não é necessariamente ajudar ou financiar o combate dos nossos problemas internos. Eles querem abrir os seus mercados taxando os nossos, criando dificuldades para os nossos produtores, seja da indústria, comércio e agricultura. Isso vai acontecer. Temos relatórios que mostram isso — prosseguiu ele.












