O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apareceu, neste domingo (23), fora da cela, após a visita da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), na Superintendência da PF (Polícia Federal) em Brasília.
Foi sua primeira aparição após ser detido preventivamente, no último sábado (22), por violação da tornozeleira eletrônica. O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), ordenou que a prisão fosse feita sem algemas e exposição.
Michelle chegou à PF por volta de 15h e saiu cerca de 16h50. A visita foi autorizada por Moraes, com prazo máximo até 17h.
A CNN questionou a PF sobre a razão para Bolsonaro aparecer fora da cela ao final da visita de Michelle e aguarda um posicionamento.
Audiência de custódia
Bolsonaro teve a prisão mantida após passar por audiência de custódia também neste domingo.
Na ocasião, o ex-presidente explicou que teve uma “certa paranoia” entre sexta-feira (21) e sábado (22).
Isso teria acontecido em razão de medicamentos que têm tomado, receitados por médicos diferentes, e que interagiram de forma inadequada. O ex-chefe do Executivo ainda disse que tem sono “picado” e não dorme direito.
Em sua fala, alegou que esses fatores o levaram, por volta da meia-noite, a mexer na tornozeleira com um ferro de solda, porque tem curso de operação desse tipo de equipamento.
Depois, citou que “caindo na razão” cessou o uso da solda, ocasião em que comunicou os agentes penitenciários que acompanham sua custódia.
“O depoente afirmou que estava acompanhado de sua filha, de seu irmão mais velho e um assessor na sua casa e nenhum deles viu a ação do depoente com a tornozeleira”, prossegue o depoimento segundo a ata divulgada pelo STF.
Bolsonaro expôs que estava com “alucinação” de que tinha alguma escuta na tornozeleira, tentando então abrir a tampa. No entanto, declarou que não se lembra de ter um surto desse tipo em outra ocasião.
Boletim médico
Os médicos de Bolsonaro afirmaram após visita que o ex-presidente “encontra-se estável do ponto de vista clínico” neste domingo, mas relataram que, na noite de sexta, ele “apresentou quadro de confusão mental e alucinações, possivelmente induzidos pelo uso do medicamento Pregabalina”.
No entanto, a equipe médica relata que não teve conhecimento ou consentimento do uso do remédio, que foi receitado por outra profissional para “otimizar o tratamento”.
A partir do quadro apresentado, os médicos citam que o uso do remédio foi suspenso, sem sintomas residuais neste momento.
“Foram realizados os ajustes necessários na medicação, reestabelecendo a orientação anterior”, finaliza a nota assinada por Claudio Birolini, cirurgião geral, e Leandro Echenique, cardiologista.


