O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou um novo financiamento de R$ 250 milhões para projetos de restauração ecológica e silvicultura de espécies nativas em áreas da Amazônia e da Mata Atlântica. Os recursos vêm do Fundo Clima, mecanismo vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e executado pelo banco público.
O projeto, anunciado nesta quarta-feira (12) na COP30, em Belém, prevê a recuperação de até 19 mil hectares distribuídos por seis estados: Maranhão, Pará e Tocantins, na Amazônia; e Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, no Vale do Paraíba, dentro da Mata Atlântica. A iniciativa será desenvolvida pela re.green, fundada por cientistas, investidores e profissionais ambientais, e uma das vencedoras do prêmio Earthshot 2025, idealizado pelo príncipe William, do Reino Unido.
Segundo o BNDES, o financiamento cobre 35,4% do investimento total e deve evitar a emissão de 1,27 milhão de toneladas de CO₂ equivalente por ano a partir de 2030. O empreendimento é parte do esforço do governo federal para transformar o chamado “Arco do Desmatamento” em um “Arco da Restauração”, iniciativa que busca recuperar 6 milhões de hectares de floresta até 2030, com investimentos estimados em US$ 10 bilhões.
“Este projeto confirma o que sempre defendemos: restaurar florestas é uma das formas mais eficientes e baratas de combater as mudanças climáticas, com geração de emprego e renda”, frisou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. “Como diz o presidente Lula, é preciso garantir o sustento econômico das populações locais para que elas possam proteger as florestas”.
A diretora socioambiental do banco, Tereza Campello, afirmou que as operações do Fundo Clima “vêm consolidando uma nova economia de restauração e bioeconomia no país”, destacando que o BNDES “está estruturando mecanismos financeiros capazes de transformar a restauração de florestas nativas em oportunidade de investimento sustentável”.

O empreendimento deve criar 2.850 empregos temporários durante a implantação e 390 postos permanentes após a conclusão, prevista para 2028. A área-âncora do projeto é a Fazenda Ipê, em Paragominas (PA), onde o plantio começou em 2024.
“Cada hectare restaurado representa um ativo climático, ecológico e social de longo prazo”, avalia Thiago Picolo, CEO da re.green.
O novo contrato se soma a um financiamento anterior de R$ 187 milhões, aprovado em janeiro de 2024, para a restauração de 15 mil hectares. Juntos, os dois aportes totalizam R$ 437 milhões em crédito do Fundo Clima e abrangem 34 mil hectares de florestas tropicais.
Desde que foi reformulado em 2023, o Fundo Clima passou a destinar integralmente recursos dos royalties do petróleo a projetos de florestas nativas e recursos hídricos, com juros de até 4,5% ao ano. Segundo o BNDES, já foram aprovados R$ 1,9 bilhão em financiamentos para iniciativas de restauração ecológica, concessão de parques naturais e silvicultura de espécies nativas.


