O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu ao STF (Supremo Tribunal Federal) autorização para receber 16 visitas nos próximos dias. A lista vai do líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), ao ex-candidato à presidência da República Padre Kelmon.
Os requerimentos ocorrem às vésperas de ação penal sobre a trama golpista “transitar em julgado”, abrindo caminho para o início do cumprimento da pena imposta ao ex-presidente: 26 anos e três meses de prisão, em regime inicial fechado.
A defesa diz que os pedidos têm por finalidade “permitir encontro pessoal específico, a ser realizado em data oportunamente ajustada, em razão da necessidade de diálogo direto” com Bolsonaro. As visitas dependem de autorização do ministro Alexandre de Moraes.
Bolsonaro quer se reunir, por exemplo, com uma série de parlamentares. Além de Sóstenes, as solicitações incluem os deputados do PL Delegado Caveira (PA), Giovani Cherini (RS), Bia Kicis (DF) e Julia Zanatta (SC). Também consta o nome do senador Carlos Portinho (RJ).
À CNN Brasil, Sóstenes disse que as visitas, se autorizadas por Moraes, têm o objetivo de prestar apoio ao ex-presidente, que está em prisão domiciliar desde o dia 4 de agosto. “É solidariedade de todos nós”, afirmou o líder do PL.
Também no âmbito do PL, o ex-presidente pediu a visita do prefeito de Cuiabá (MT), Abilio Brunini, e do secretário do partido no Rio, Bruno Bonetti. Solicitou, ainda, que o assessor Marcus Ipiapina seja “visita recorrente”, sem necessidade de aval prévio do STF.
A lista apresentada ao Supremo pela defesa é encerrada com os nomes dos jornalistas Augusto Nunes e Tiago Pavinatto; do ex-secretário de assuntos estratégicos Almirante Flávio Augusto Viana; do ex-ministro Onyx Lorenzoni; e do desembargador aposentado Sebastião Coelho.
Bolsonaro já tem visitas autorizadas por Moraes até o dia 11 de dezembro — entre elas, a do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), no dia 10. Porém, conforme mostrou a CNN Brasil, são altas as chances de o ex-presidente ser preso antes disso.
No cálculo feito nos bastidores do STF com base nos prazos da ação penal da trama golpista, o mandado de prisão definitiva tende a ser expedido já na semana que vem — o que pode embaralhar os debates feitos na casa de Bolsonaro sobre as eleições de 2026.
A defesa do ex-presidente já teve um recurso negado pela Primeira Turma do STF e tem até segunda-feira (24) para apresentar uma nova contestação. A tendência, no entanto, é de que Moraes rejeite individualmente o recurso, por considerá-lo meramente protelatório.
Entre ministros do Supremo, a leitura é de que, se chegar o momento processual de decretar prisão definitiva de Bolsonaro em regime fechado, isso não vai ser postergado por Moraes só porque as visitas ao ex-presidente já estão previstas.

