O Acre figura entre os estados brasileiros com menor concentração de ultra-ricos, mas ainda registra 0,18% da população dentro do grupo dos 0,1% mais ricos do Brasil, segundo levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), com base em dados da Receita Federal (IRPF 2022) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC/IBGE 2025), divulgados pela plataforma Brasil em Mapas.
Para estar entre os super-ricos no Acre, é necessário ter uma renda mensal superior a R$ 210 mil, valor que representa o corte local do topo da pirâmide de rendimentos. Embora o número de pessoas nesse grupo seja pequeno, o montante revela uma alta concentração de renda em um estado onde o rendimento médio mensal da população é inferior a R$ 2,5 mil, conforme dados do IBGE.
No panorama nacional, para ingressar no topo dos 0,1%, o parâmetro é uma renda mensal acima de R$ 516 mil. Esse grupo é composto por aproximadamente 165 mil brasileiros, concentrados principalmente em estados agroexportadores, regiões de alta renda per capita e centros com forte presença de grandes empresas e altos cargos públicos.
Entre as unidades da federação, o Mato Grosso lidera com 0,30% da população entre os ultra-ricos, seguido por São Paulo (0,27%) e Distrito Federal (0,26%). Já Roraima (0,16%), Pará (0,16%) e Mato Grosso do Sul (0,16%) estão entre os estados com menor participação relativa nesse grupo.
A diferença no custo de vida e na estrutura econômica regional explica a variação da renda necessária para integrar a elite financeira. No Distrito Federal, por exemplo, é preciso ganhar acima de R$ 750 mil por mês para entrar nesse grupo, enquanto em São Paulo e Rio de Janeiro os valores são, respectivamente, R$ 600 mil e R$ 650 mil mensais.
De acordo com o IPEA, os ultra-ricos concentram cerca de 10,5% de toda a renda do país, exercendo forte influência política, econômica e social — um retrato da concentração de riqueza que persiste no Brasil e que também se reflete, em menor escala, na economia acreana.


