Adolescentes de 14 a 19 anos passaram a contar com acesso gratuito a contraceptivos de longa duração no Acre. A iniciativa, que inclui o DIU hormonal Mirena e o implante subdérmico Implanon, busca reduzir casos de gravidez não intencional na adolescência e ampliar as opções de cuidado em saúde reprodutiva para jovens em todo o estado.
O projeto começou há um ano como um piloto em municípios com maior índice de gestação precoce, Jordão, Tarauacá, Manoel Urbano, Marechal Thaumaturgo, Porto Walter e Rio Branco, e agora avança com novas etapas de implantação.
O Acre se tornou referência ao oferecer gratuitamente os dois métodos antes mesmo de eles chegarem à rede pública de grande parte do país.
A coordenadora de Saúde de Adolescentes e Jovens, Luciana Freire, explica que a ação mudou o cenário da prevenção para esse público. “Os métodos chegaram antes aqui, e as equipes foram qualificadas para oferecer o serviço de forma segura nas unidades de saúde”, disse.
Com investimento inicial superior a R$ 2,4 milhões, o programa não se limita ao fornecimento dos métodos: também prevê capacitação de profissionais, orientações sobre saúde sexual e reprodutiva e atendimento a jovens que já são mães, como ocorre na Maternidade Bárbara Heliodora.
Para ampliar o alcance a regiões onde o serviço ainda não está disponível, mutirões serão realizados em parceria com as prefeituras, garantindo que adolescentes tenham acesso ao DIU Mirena e ao Implanon mesmo em áreas mais distantes. Novas turmas de capacitação para equipes responsáveis pelos implantes também estão previstas.
O médico Pedro Gomes detalha como funcionam os métodos. O DIU Mirena é colocado dentro do útero e libera hormônio continuamente, podendo durar até 8 anos. Já o Implanon é um pequeno bastão inserido sob a pele do braço, com ação por até 3 anos. Ambos evitam a gravidez, mas não protegem contra infecções sexualmente transmissíveis, por isso a recomendação é manter o uso de preservativos.
Com a ampliação do acesso, a expectativa é reduzir casos de gravidez precoce e oferecer às adolescentes, mais autonomia sobre sua saúde e planejamento reprodutivo.
Com informações da Agência de Notícias do Acre
