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Presidente do Peru decreta emergência em Lima para tentar conter onda de violência

Manifestantes entram em confronto com a polícia durante protestos noturnos contra o presidente José Jeri, enquanto ativistas da Geração Z, trabalhadores do transporte e grupos civis se manifestam contra a corrupção e o aumento da criminalidade, em Arequipa, Peru, em 15 de outubro de 2025. REUTERS/Oswald Charca

O presidente do Peru, José Jerí, decretou nesta terça-feira, 21, estado de emergência em Lima e na cidade de Callao, vizinha à capital, para deter a onda de violência e extorsões atribuídas ao crime organizado.


“O estado de emergência aprovado pelo Conselho de Ministros entra em vigor às 00H00 horas (de quarta-feira) e por 30 dias em Lima Metropolitana e o Callao”, disse Jerí em uma breve mensagem à nação transmitida pela televisão estatal.


O novo governo do Peru já tinha anunciado na última quinta, 16, a possibilidade de declarar estado de emergência em Lima, em resposta à onda de violência que levou a protestos em massa na última semana.


“Compatriotas, a criminalidade cresceu de maneira desmesurada nos últimos anos, causando enorme dor a milhares de famílias e prejudicando, além disso, o progresso do país”, disse Jerí em sua mensagem de menos de três minutos.


“Mas isso acabou. Hoje começamos a mudar a história na luta contra a insegurança no Peru”, acrescentou o presidente recém-chegado ao poder.


Sob o estado de emergência, o governo pode ordenar que as forças armadas saiam às ruas para patrulhar a cidade e colaborar com a polícia na manutenção da ordem. O governo também pode restringir ou suspender determinadas liberdades públicas, como o direito de reunião e a inviolabilidade do domicílio.


A medida é a primeira ação de grande escala tomada pelo governo em quase duas semanas no poder, em um país que considera a insegurança uma de suas principais preocupações.


“Passamos da defensiva para a ofensiva na luta contra o crime, uma luta que nos permitirá recuperar a paz, a tranquilidade e a confiança de milhões de peruanos”, afirmou Jerí, cercado por seu gabinete ministerial.


A capital peruana já esteve parcialmente sob estado de emergência entre março e julho do ano passado, após o assassinato de um cantor popular. Em Lima e Callao vivem mais de 10 milhões de pessoas.


Em 10 de outubro, o Congresso peruano destituiu a então presidente Dina Boluarte, dando lugar ao presidente interino José Jerí. A troca no governo agravou os protestos.


No dia 15, as manifestações chegaram ao ápice. Milhares de pessoas se posicionaram não apenas contra a insegurança, mas também contra o Congresso e contra o governo recém-empossado.


Os manifestantes entraram em confronto com a polícia provocando a morte de uma pessoa e deixando centenas de feridos, incluindo policiais e jornalistas.


Os protestos levaram o governo peruano avisar previamente o decreto do estado de emergência. “Vamos anunciar a decisão de declarar estado de emergência pelo menos na região metropolitana de Lima”, disse, na última quinta-feira, 16, o chefe de gabinete Ernesto Álvarez a repórteres após uma reunião de ministros.


O Peru sofre desde 2024 um aumento da violência urbana, com uma onda de extorsões que colocou a insegurança como a principal preocupação da população, segundo pesquisas. As denúncias de extorsão passaram de 2.396 em 2023 para 15.336 em 2024 no país andino, um aumento de 540%. Lima liderou o registro, segundo informações oficiais do Peru./Com AFP.


 


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