A Polícia Civil de São Paulo apura se o metanol que intoxicou ao menos 59 pessoas no Brasil foi utilizado clandestinamente na higienização de garrafas de bebidas alcoólicas. Segundo o G1, essa é hoje a principal linha de investigação sobre a crise sanitária que já deixou mortes confirmadas em São Paulo e na Bahia.
Segundo fontes ouvidas pela TV Globo, fábricas ilegais estariam usando metanol — ou etanol adulterado com metanol — para limpar e desinfetar garrafas, possivelmente reaproveitadas e falsificadas, antes do envasamento irregular.
As investigações reconstruíram a rota percorrida pelas bebidas consumidas pelas vítimas: dos bares onde ocorreram os casos de intoxicação, passando pelas distribuidoras que abasteciam os estabelecimentos, até chegar às fábricas clandestinas. Ainda não foi divulgada a origem exata do metanol nem se há suspeitos formalmente identificados.
Na sexta-feira (3), o Instituto de Criminalística de São Paulo informou que montou uma força-tarefa para analisar as garrafas apreendidas durante operações conjuntas da polícia e da Vigilância Sanitária. Até a noite de quinta (2), mais de mil garrafas haviam sido recolhidas.
Dos dez primeiros frascos analisados, dois apresentaram resultado positivo para metanol. “Os laudos são remetidos para a Polícia Civil, que segue com apurações minuciosas para esclarecer os casos de falsificação de bebidas”, afirmou a Secretaria da Segurança Pública em nota para o portal.
Normalmente, o país registra cerca de 20 casos de intoxicação por metanol ao longo de todo um ano, número já superado em mais de duas vezes apenas nos últimos meses.