Ouro encosta em US$ 4 mil pela primeira vez na história, com shutdown nos EUA

Gold bullion bars are seen for sale at the YLG Bullion International Co.,LTD. in Bangkok, Thailand on December 22, 2023. (Photo by Chalinee Thirasupa)

O ouro atingiu nova máxima histórica, aproximando-se de US$ 4.000 por onça, impulsionado pela expectativa de cortes de juros nos Estados Unidos e pela prolongada paralisação do governo federal, que tem aumentado a demanda pelo metal.


O preço avançou até 2,2%, chegando a US$ 3.970 por onça na abertura da semana. O rali, que já dura sete semanas consecutivas, fez o ouro acumular alta superior a 50% no ano. Os fundos negociados em bolsa (ETFs) lastreados em ouro voltaram a registrar forte entrada de recursos na semana passada.


A paralisação do governo americano atrasou a divulgação de dados econômicos, deixando o cenário ainda mais incerto. Sem indicadores oficiais, investidores dependem de relatórios privados, enquanto o Federal Reserve enfrenta dificuldades para avaliar as condições da economia. O mercado continua precificando um corte de 0,25 ponto percentual nos juros neste mês, o que tende a favorecer o ouro, já que o metal não paga rendimento.


Operadores de opções seguem apostando em novas altas e ampliaram posições compradas no ETF SPDR Gold Shares. Um investidor vendeu opções de compra a US$ 355, adquiridas no fim de setembro — quando o ouro valia mais de 5% menos —, e comprou calls de US$ 370 equivalentes a mais de 26 milhões de ações, apostando em ganho adicional de 1,8% até o fim da próxima semana.


O ouro vem subindo ao longo de 2025 impulsionado por compras de bancos centrais, que buscam diversificação em relação ao dólar. As incertezas econômicas e geopolíticas durante o governo Trump, somadas aos cortes de juros do Fed, reforçaram o movimento. Investidores têm migrado para ouro, prata e Bitcoin, em uma tendência apelidada de “debasement trade”, alimentada pelo receio em relação às moedas fiduciárias.


O fluxo de investidores individuais para ETFs de ouro sustentou a nova etapa da alta, com o volume total de posições registrando em setembro o maior avanço em mais de três anos. A tendência se manteve nos primeiros dias de outubro.


Os fluxos foram “simplesmente notáveis”, disse Priyanka Sachdeva, analista da Phillip Nova Pte.. Isso mostra “como a mentalidade de comprar o ouro nas quedas está profundamente enraizada”, afirmou.


Às 13h19 em Nova York, o ouro subia 1,8%, a US$ 3.956,45. O Bloomberg Dollar Spot Index avançava 0,3%. Prata, platina e paládio também registraram alta.


“O cenário segue favorável, com o Fed no caminho de novos cortes de juros e o mercado de trabalho enfraquecendo”, disse Ahmad Assiri, analista da Pepperstone Group Ltd.. “Mas a relação entre risco e retorno parece estar mudando, e uma correção tática seria vista como uma fase saudável dentro de um rali prolongado.”


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