Uma análise elaborada pelo Brasil Em Mapas©, com base na PNAD Contínua de 2025, mostra que 84% da população brasileira ocupada recebe até R$ 5 mil, faixa que seria contemplada pela proposta de isenção do Imposto de Renda (IR). No Acre, o número é ainda maior, atingindo 90% da população, evidenciando o impacto da medida para o estado.
Em termos nacionais, a média é de 84%, com mediana de 84,1%, o que representa aproximadamente 102,3 milhões de trabalhadores. Isso significa que cerca de 85,9 milhões de brasileiros seriam beneficiados pela isenção do IR. Entre os pequenos empresários, cerca de 80% também se enquadrariam nessa faixa.
Referente à pesquisa por Brasil Em Mapas©, o percentual estimado do total da população ocupada com rendimento mensal real de até R$ 5.000 foi calculado a partir da modelagem log-normal aplicada ao rendimento médio real do trabalho (PNAD-C/IBGE, 2° trim, 2025), com dispersão da distribuição calibrada para cada Unidade Federativa com base no coeficiente de GINI estadual de desigualdade de rendimentos.
Desigualdade regional
Os estados do Nordeste lideram em proporção de pessoas com renda até R$ 5 mil, com média de 91%, incluindo Maranhão (94,8%), Piauí (93,2%) e Ceará (93,1%). Nessa região, 9 em cada 10 trabalhadores vivem com menos de R$ 5 mil por mês.
Por outro lado, os estados do Sul e Sudeste registram menor proporção de pessoas nessa faixa: São Paulo (67,5%), Santa Catarina (68,2%) e Rio de Janeiro (69,8%), reflexo de maior concentração de renda nessas regiões. No Distrito Federal, apenas 48% da população recebe até R$ 5 mil, devido à presença significativa do funcionalismo público com salários mais altos.
Média regional da população com até R$ 5 mil de renda:
Nordeste: 91%
Norte: 85%
Centro-Oeste: 68%
Sudeste: 72%
Sul: 70%
O estudo destaca que a renda média real do brasileiro é de R$ 3.477, reforçando que a maioria da população recebe menos de R$ 5 mil por mês. A proposta de isenção do IR para essa faixa de renda poderia aliviar o peso tributário e contribuir para reduzir a desigualdade, beneficiando milhões de brasileiros da classe média à baixa renda.