“Falsa couve”: morre mulher intoxicada por planta tóxica confundida com couve em MG

Divulgação/Corpo de Bombeiros de Minas Gerais

Morreu nesta segunda-feira, 13, uma das integrantes da família hospitalizada com intoxicação alimentar por causa da ingestão da planta tóxica Nicotiana Glauca, que foi confundida com couve e servida em uma salada durante um almoço realizado no município de Guimarânia, zona rural de Patrocínio, no Triângulo Mineiro.


De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde de Patrocínio, Claviana Nunes, de 37 anos, “permaneceu internada em estado grave, com quadro de instabilidade hemodinâmica, e, apesar de todos os esforços da equipe médica, veio a óbito às 18h20 de segunda”. Claviana deixa marido e dois filhos.


Em nota, a secretaria manifesta solidariedade à família de Claviana Nunes e diz que o município reforça que todas as medidas preventivas e de investigação continuam em andamento.


Outro paciente, de 60 anos, que também se intoxicou com a planta permanece internado na UTI da Santa Casa de Patrocínio, entubado, sob ventilação mecânica e uso de sedação, apresentando quadro ainda grave e instável.


Um terceiro paciente, um homem de 64 anos, “está estável hemodinamicamente, eupneico, em uso de cateter nasal, com função renal preservada, porém mantendo-se confuso”, diz a secretaria.


A quarta pessoa internada, da mesma família com intoxicação alimentar por causa da ingestão de uma planta tóxica, já havia apresentado melhora clínica e quadro estável. Teve alta na quinta-feira passada, 9.


Desde o início da ocorrência, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância Sanitária e Epidemiológica, disse que acompanha rigorosamente o caso. “Amostras de alimentos e materiais biológicos foram coletadas e encaminhadas para análise laboratorial, com o objetivo de identificar o agente causador da intoxicação”, diz a nota.


O sepultamento de Claviana está marcado para esta terça-feira, às 17 horas, no Cemitério Municipal de Guimarânia.


Riscos da Nicotiana glauca

De acordo com Vanderlí Marchiori, nutricionista e fitoterapeuta conselheira da Associação Brasileira de Fitoterapia (ABFIT), a Nicotiana glauca é originária da Argentina e é usada principalmente para fumo. No Brasil, a planta foi aclimatada no cerrado e é chamada popularmente de “fumo bravo” ou “charuto do rei”.


A espécie possui nicotina, nornicotina e anabasina, entre outros alcaloides. “A composição fitoquímica dela é formada por alcaloides que em geral têm ações no sistema nervoso central e também têm um papel maior de citotoxicidade, que é provocar a morte das células”, afirma.


O componente mais tóxico é a anabasina, que pode causar paralisia muscular e parada respiratória. Um outro alcaloide presente, a escopoletina, tem ação sobre a coagulação sanguínea. “Ela reduz a coagulação e, se a pessoa estiver em uso de anticoagulantes, sejam orais ou injetáveis, ela aumenta o risco de hemorragia gástrica”, pontua.


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