A pesquisadora Sonaira Silva, da Universidade Federal do Acre, do campus Floresta, em Cruzeiro do Sul, analisou os registros de imagens de satélite Landsat 8 e 9 e também do Sentinel 2. O recorte temporal é do ano de 2024. O estudo é parte do Projeto Acre Queimadas e analisa a Região MAP (Madre de Dios/Acre/Pando). Pelas imagens, o Acre concentra 70% das queimadas.
O que se viu foi o uso indiscriminado do fogo. “A primeira coisa que chama a atenção foi que a maior parte das queimadas são em propriedades particulares”, constatou o pesquisador da Embrapa Eufran Amaral, que acompanha todas as publicações do Acre Queimadas. “Mas tem também ocorrências em terras indígenas, unidades de conservação e assentamentos”.
O pesquisador avalia que há uma tendência de aumento das áreas queimadas de 2023 para 2024. “Há uma dinâmica das queimadas, com aumento no número de queimadas e o aumento do aquecimento global”, relaciona Amaral. “Isso tem potencial destruidor. Uma queimada que inicia e não tem controle tem impacto grande”.
Em 2024, foram identificados 463.396 hectares de impacto do fogo na Região MAP. Desse total, 338.878 hectares aconteceram em áreas recém-desmatadas e 124.519 hectares foram em incêndios florestais. Em Pando, na Bolívia, foram queimados 67,2 mil hectares ano passado.

No mapa da região analisada pela pesquisadora Sonaira Silva, é possível ver que, em 2024, o uso do fogo foi disseminado.

Acre
No Acre, os municípios de Feijó, Tarauacá, Sena Madureira, Rio Branco, Cruzeiro do Sul e Manoel Urbano representam 65% das queimadas no estado em 2024.
Para os Incêndios Florestais, os municípios de Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Senador Guiomard, Bujari, Porto Acre e Acrelândia representam 64% da área afetada.
O Acre Queimadas é um projeto financiado pelo CNPq e pelo INCT Valor Ambiental da Amazônia.

Fonte:ac24Agro