Os consumidores de Rio Branco já começam a sentir a falta dos cortes de carne mais baratos nos açougues e supermercados da capital. Peças como acém, músculo e paleta, normalmente as mais procuradas por famílias que buscam economizar, estão desaparecendo das prateleiras, enquanto cortes nobres, como picanha e filé mignon, são anunciados com descontos e ofertas especiais.
O problema tem origem na escassez de bois disponíveis para abate dentro do estado. Com o aumento das vendas de animais vivos para outras regiões do país, o Acre tem registrado redução na oferta local destinada aos açougues e frigoríficos que atendem ao mercado interno. Somente em setembro, cerca de 45,3 mil bovinos foram vendidos para fora do estado, o que ajuda a explicar o desabastecimento dos cortes mais populares.
Essa saída expressiva de animais impacta diretamente o equilíbrio entre oferta e demanda. Com menos gado disponível para o consumo interno, as peças de menor valor acabam sumindo do mercado, enquanto os frigoríficos e comércios buscam alternativas para manter o abastecimento, muitas vezes apostando em promoções de carnes nobres que ainda estão em estoque.
O cenário reforça como o fluxo de exportações e vendas interestaduais de gado influencia o dia a dia do consumidor acreano. A falta dos cortes mais simples e o aumento de preços nos açougues demonstram os efeitos diretos dessa movimentação no campo, que deve continuar pressionando o mercado local nas próximas semanas.
Há três fatores que ajudam a explicar a escassez: o ciclo pecuário, o aumento do número de bovinos para abate fora do Acre e o volume de carne efetivamente exportada. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, em setembro o Acre exportou quase 719 toneladas de carne bovina. O acumulado ao longo do ano é de 3,7 mil toneladas.
Fonte:ac24Agro