O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu, nesta quinta-feira (16), com bispos e parlamentares evangélicos no Palácio do Planalto, em mais um gesto de aproximação com um segmento do eleitorado considerado estratégico para 2026.
O encontro contou com a presença do advogado-geral da União, Jorge Messias, nome mais cotado para a vaga aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) após a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso.
O advogado-geral é evangélico e tem perfil considerado ideal pelo Planalto: técnico, leal ao presidente e capaz de dialogar com líderes religiosos, um público no qual o governo tenta diminuir resistências.
Bancada evangélica
Além de Messias, participaram da reunião a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), e o deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP), ex-líder da bancada evangélica e presidente da comissão que analisa a MP do tarifaço. Ex-aliado de Bolsonaro, Madureira afirmou que o encontro “tratou apenas de temas ligados à fé”.
“Estamos num período um pouco conturbado. Nós oramos pelo presidente”, disse o parlamentar após a reunião à jornalistas presentes no encontro.
Entre os religiosos, estiveram o bispo Primaz Manoel Ferreira, antigo líder da Assembleia de Deus, e o bispo Samuel Ferreira, da Assembleia de Deus do Brás, figuras de destaque na política evangélica nacional.
Em publicação nas redes sociais, Lula destacou o caráter simbólico do encontro:
“Pude reiterar a relação de respeito que tenho pela Assembleia de Deus e o relevante trabalho espiritual e social promovido pela igreja.”
Gesto político
A reunião foi lida como mais um gestos ao eleitorado evangélico, considerado um dos mais resistentes a Lula. O Planalto vê em Jorge Messias uma ponte natural com esse público, sem abrir mão do perfil técnico esperado de um ministro do Supremo.
Com a aposentadoria de Barroso, a escolha do novo ministro deve ser anunciada nas próximas semanas.
