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Veja quem é o ex-delegado da PF que vai relatar a cassação de Eduardo Bolsonaro

Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Delegado Marcelo Freitas (União-MG) juntos em um vídeo de outubro de 2019. Foto: Reprodução

O deputado Delegado Marcelo Freitas (União-MG) deve ser confirmado hoje como relator no Conselho de Ética da Câmara do processo que pode resultar na cassação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O parlamentar apoiou as campanhas ao Palácio do Planalto de Jair Bolsonaro em 2018 e 2022. Na última terça-feira, quando o colegiado instaurou o procedimento, o sorteio incluiu ainda os deputados Duda Salabert (PDT-MG) e Paulo Lemos (PSOL-AP). Oposicionistas a Eduardo, os dois provavelmente fariam relatórios por sua cassação.


Para aliados, a escolha do parlamentar do União Brasil funciona como um “cartão amarelo”, e não um “cartão vermelho” imediato. Ainda assim, a avaliação majoritária na Casa é que Eduardo dificilmente escapará da cassação.


No mesmo dia do sorteio, Duda gravou um vídeo para redes sociais em que, segundo interlocutores do presidente do colegiado, Fábio Schiochet (União-PR), impossibilitou que a relatoria ficasse com ela:


— Eu fui sorteada na lista tríplice como um dos nomes que pode decidir se Eduardo será ou não cassado. Logo eu, que tenho uma relação íntima. Em 2022, quando lancei minha candidatura ao Senado, Eduardo compartilhou uma mensagem de ódio contra mim. Depois disso, bolsonaristas exigiram minha demissão na escola em que trabalhava.


A declaração foi interpretada como um adiantamento de voto pela cassação e, por isso, ela já estaria descartada como opção de relatoria.


Perfil discreto

Marcelo Freitas é visto como um nome de “perfil mais discreto”. Ex-delegado da Polícia Federal, ele auxiliou em Minas Gerais a campanha presidencial de Jair Bolsonaro em 2018 e relatou a PEC da Previdência, principal reforma do governo. Sua trajetória, no entanto, teve reviravoltas: no racha do PSL em 2019, ficou ao lado de Luciano Bivar, que presidiu a sigla, e se afastou do núcleo mais próximo do bolsonarismo. Três anos depois, voltou a declarar apoio à reeleição do presidente.


— O União Brasil em Minas apoiará Jair Messias Bolsonaro porque compreende que, entre as propostas colocadas, essa é a melhor opção para o nosso país — disse, à época.


A escolha do relator ocorre em meio a um processo que pode resultar na perda de mandato de Eduardo. O PT acusa o deputado de ultrapassar os limites do cargo ao, desde fevereiro, se dedicar no exterior a articular sanções contra autoridades brasileiras e atacar de forma reiterada o Supremo Tribunal Federal (STF). Fora do país há sete meses, Eduardo enfrenta processo administrativo por faltas não justificadas. A tentativa de blindagem via indicação à liderança da Minoria foi barrada pelo presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), sob o argumento de que o posto não pode ser ocupado por quem reside fora do Brasil.


Deputados avaliam que a escolha por Freitas representa um alívio a Eduardo, mas não encerra o risco da cassação.


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