Trump critica condenação de Bolsonaro e EUA prometem retaliação após decisão do STF

O presidente dos EUA, Donald Trump, faz comentários no Salão Oval da Casa Branca, em Washington, D.C., EUA, 14 de agosto de 2025. REUTERS/Kevin Lamarque

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou duramente a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. Ao comentar o caso nesta quinta-feira (11), Trump classificou a sentença como “muito terrível” e afirmou estar “muito insatisfeito”.


“Conheço o presidente Bolsonaro, não tão bem, mas o conheço como líder de um país. Sempre o considerei muito correto, um homem notável. Acho que é uma coisa terrível. Muito terrível. Acho que é muito ruim para o Brasil”, disse Trump, ao deixar a Casa Branca em direção a Nova York.


O presidente norte-americano comparou a situação de Bolsonaro às ações judiciais que ele mesmo enfrenta nos EUA, sugerindo que ambos seriam vítimas de perseguição política. A fala ocorre em meio à crescente tensão entre os dois países, agravada pelas tarifas impostas por Trump em julho e pela retórica adotada por sua equipe.


“Resposta adequada”

O tom mais duro, no entanto, veio do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que publicou em sua conta na rede X (antigo Twitter) uma ameaça direta:


“As perseguições políticas do violador de direitos humanos Alexandre de Moraes continuam. Ele e outros membros do STF decidiram injustamente pela prisão de Jair Bolsonaro. Os Estados Unidos responderão de forma adequada a essa caça às bruxas.”


Rubio já havia sido responsável por articular sanções contra Moraes em julho, quando o governo Trump incluiu o nome do ministro em uma lista de autoridades estrangeiras acusadas de “violações de liberdades civis”.


O posicionamento atual amplia o tom beligerante da política externa americana sob Trump e sugere possíveis novas sanções políticas, comerciais ou diplomáticas.


Itamaraty reage

A declaração foi imediatamente respondida pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiro, que considerou o posicionamento do secretário norte-americano como uma tentativa de intimidação e interferência nos assuntos internos do país.


“Ameaças como a feita hoje pelo Secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em manifestação que ataca autoridade brasileira e ignora os fatos e as contundentes provas dos autos, não intimidarão a nossa democracia”, disse o Itamaraty em nota oficial.


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