Servidores provisórios do Iapen vão para reunião na Assembleia e governo não comparece

Foto: Whidy Melo

Agentes penitenciários temporários do Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) protestaram na manhã desta quinta-feira, 18, após a ausência de representantes do governo em uma reunião que havia sido marcada na Assembleia Legislativa do Estado do Acre (Aleac).


O encontro, convocado após requerimento do deputado Afonso Fernandes (Solidariedade), deveria contar com membros da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), da Secretaria de Planejamento (Seplag), da Casa Civil, além do presidente do Iapen, mas nenhum deles compareceu.


Em entrevista ao repórter Whidy Melo, do ac24horas Play, o agente temporário Juranilson Kagy, que atua há nove anos no sistema penitenciário, desabafou sobre a situação.


“Hoje, a gente se vê no descaso, no distrato de todo esse pessoal. Tivemos uma audiência pública e nenhuma dessas pessoas vieram: o pessoal da PGE, o nosso diretor-presidente do Iapen, Ministério Público, Seplag e demais. Então, eu vejo que é um destrato. O governo não quer acordo. Se quer uma posição, algo que possa nos ajudar a alocar. Pelo menos faça uma desmama, porque a gente sabe que todas as forças de segurança, quando um policial militar passa tantos anos, existe o desmame. E nós, que estamos ali no confronto com os presos dia após dia, o que recebemos do Estado hoje?”, questionou.


Segundo Juranilson, o governo deixa de lado trabalhadores que estiveram na linha de frente em momentos críticos. “Em 2016, o Estado precisou da gente. Passamos por rebeliões, por mudanças no sistema, e hoje o que o governo faz? Deixa mais de cem policiais penais temporários desempregados, no meio da rua”, afirmou.


O também agente temporário Kennedy Silva reforçou o sentimento de abandono. “Ontem nós estivemos na Assembleia, ficou acordado que hoje iríamos realizar uma audiência pública com o Iapen, a Casa Civil, a Segov, a Sead, mas pra nossa tristeza não apareceu ninguém. Inclusive, os deputados que ontem estavam presentes, que declararam apoio incondicional à nossa causa, cerca de 10 ou 12, hoje só apareceu um, o deputado Afonso”, relatou.


Para Kennedy, a situação demonstra manipulação política. “A gente percebe que está lutando com uma máquina muito grande, com pessoas que têm poderes. Não dá pra admitir que o governo do Acre tenha essa força de manipular até a Casa do Povo. O que houve foi manipulação, porque os deputados que firmaram apoio com a gente ontem, hoje não compareceram”, disse.


O agente destacou que os servidores não querem tomar espaço dos concursados, mas garantir uma transição justa. “Esses servidores não estão aqui pra tirar vaga de ninguém. O sistema penitenciário está falido, e mesmo que o Estado colocasse 600 novos servidores, ainda seria pouco. O que nós pedimos é uma transição justa e o reaproveitamento em outro órgão do Estado. É inadmissível que se jogue fora pessoas que trabalharam nove anos lidando diretamente com o crime organizado”, afirmou.


Sobre os contratos temporários, Juranilson explicou que a situação começou no processo seletivo em 2016.“Começou em 2016 com duração de um ano. Depois houve novo processo seletivo em 2017, por mais dois anos. E aí vieram aditivos, que duraram mais quatro anos. No total, já são nove anos no sistema. Seria estipular uma data X para todos nós sairmos, já que o Estado até agora não se manifestou nem por rescisão, nem por nos realocar em outro canto. Pelo menos assim teríamos um prazo, um horizonte. No momento, nós não temos nada”, concluiu.


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