O senador Romário (PL-RJ) foi condenado pela Justiça do Rio de Janeiro a indenizar em R$ 2 milhões a empresa Koncretize, após ser acusado de fraude à execução em um processo de cobrança de dívidas.
A decisão, proferida na sexta-feira, 19 de setembro pela juíza Simone Frota, ainda cabe recurso.
De acordo com a sentença, o ex-jogador teria transferido bens a terceiros enquanto já corria ação judicial contra ele, em manobra considerada pela magistrada como tentativa de “esconder o patrimônio e frustrar a eficácia da execução”. A condenação também prevê uma pena de seis meses de detenção, que foi convertida em multa.
A ação foi movida pela Koncretize, empresa responsável por prestar serviços ao Café Onze, restaurante de Romário localizado na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. O estabelecimento encerrou suas atividades acumulando dívidas que somavam aproximadamente R$ 20 milhões.
Além do episódio inicial, a juíza destacou outra tentativa de fraude em 2019. Na ocasião, Romário buscava impedir que R$ 15 milhões a receber do Vasco da Gama fossem utilizados para quitar parte da dívida com a empresa credora. Para a Justiça, o ato reforçou a intenção de evitar o cumprimento das obrigações financeiras.
A defesa de Romário ainda pode recorrer da decisão. Até o momento, o senador não se pronunciou oficialmente sobre o caso.
Romário na política
Romário de Souza Faria, ex-jogador de futebol e campeão mundial pela Seleção Brasileira em 1994, ingressou na política em 2010, eleito deputado federal pelo Rio de Janeiro. Em 2014, foi eleito senador, destacando-se pela defesa dos direitos das pessoas com deficiência, área em que atua devido à filha ter síndrome de Down.
Filiado atualmente ao PL, Romário já presidiu a CPI do Futebol, buscando investigar irregularidades na CBF, e concorreu ao governo do Rio em 2018. Apesar de controvérsias envolvendo acusações judiciais e polêmicas pessoais, mantém forte capital político, combinando sua popularidade esportiva com atuação parlamentar.