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Polônia aciona artigo 4 da Otan após drones russos violarem seu espaço aéreo; entenda

Um drone danificado está caído após ter despencado na vila de Czosnowka, no leste da Polônia, nesta imagem obtida de redes sociais, em Czosnowka, Polônia, em 10 de setembro de 2025. Dariusz Stefaniuk/via REUTERS

A Polônia acionou, nesta quarta-feira (10), o artigo 4 da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) após drones russos violarem seu espaço aéreo durante um ataque da Rússia ao oeste da Ucrânia. O tratado que rege a aliança militar é composto por 14 artigos, e o artigo 4 estabelece que os países-membros devem consultar os demais sempre que, na avaliação de qualquer um deles, “a integridade territorial, a independência política ou a segurança” de um integrante estiver ameaçada.


Essa etapa é relevante porque todas as decisões da Otan são tomadas por consenso. No nível mais básico, a consulta envolve a troca de informações e opiniões entre os países, mas também pode incluir a comunicação de ações já tomadas ou prestes a serem adotadas, além de discussões para chegar a um consenso sobre políticas ou medidas a implementar.


Segundo informações do site oficial da Otan, esta é a oitava vez que o artigo 4 é acionado. A primeira ocorreu em fevereiro de 2003, quando a Turquia — que já recorreu ao dispositivo cinco vezes — solicitou assistência defensiva devido a ameaças decorrentes do conflito armado no vizinho Iraque.


Antes do acionamento feito pela Polônia nesta quarta-feira, a última vez que o artigo 4 havia sido invocado foi em fevereiro de 2022, quando Bulgária, Eslováquia, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, República Tcheca e Romênia pediram consultas após a invasão russa à Ucrânia. Os poloneses também já haviam recorrido à medida em março de 2014, durante o aumento das tensões entre Rússia e Ucrânia.


Os drones russos que invadiram o território polonês foram derrubados com apoio de equipamentos de países-membros da Otan. As Forças Armadas da Polônia informaram, no X (antigo Twitter), que trabalham na localização dos destroços e orientaram a população a não se aproximar de objetos desconhecidos que possam representar risco.


Em declaração após o incidente, o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, afirmou que “uma avaliação completa do incidente está em andamento” e destacou que “a violação da noite passada não é um caso isolado”. Ele também reforçou a importância do aumento dos investimentos em defesa, discutido na cúpula de Haia, em junho deste ano, quando os líderes concordaram em elevar a meta de gastos para 5% do Produto Interno Bruto (PIB) de cada país.


“Permitam-me concluir dizendo que a Rússia está travando uma perigosa guerra de agressão contra a Ucrânia, que tem como alvos constantes civis e infraestrutura civil. Os aliados estão determinados a intensificar seu apoio à Ucrânia diante da crescente campanha russa”, declarou Rutte.


Artigo 5 e assistência militar

Para receber assistência militar direta de outros países, a Polônia teria que acionar o artigo 5, que só foi invocado uma vez na história — após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. Esse dispositivo prevê que um ataque armado contra um país-membro é considerado um ataque contra todos, obrigando as demais nações a prestar assistência, inclusive com o uso de força armada, para restaurar e garantir a segurança na região do Atlântico Norte.


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