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Mais boi que gente: rebanho bovino do Brasil foi 12% maior que a população em 2024

Rebanho bovino - 24/08/2007 (Foto: REUTERS/Enny Nuraheni)

O rebanho bovino do Brasil até encolheu um pouco (-0,2%) em 2024, atingindo 238,2 milhões de cabeças, mas ainda assim foi o segundo maior da série histórica iniciada em 1974. E o número de animais superou em 12,04% o de habitantes no País, estimado em 212,6 milhões de pessoas no ano passado. Os dados são da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) 2024, divulgada nesta quinta-feira pelo IBGE.


No ano passado, o Brasil alcançou recordes no abate de bovinos, suínos e frangos, de acordo com a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais do IBGE, bem como das exportações de carnes in natura destas espécies, segundo resultados da Secretaria de Comércio Exterior – Secex, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.


Em relação a variação negativa em 0,2% no efetivo de bovinos de um ano para outro, a analista da PPM, Mariana Oliveira explicou em nota que a queda ocorreu em função do próprio ciclo pecuário. “Há alguns anos o abate de fêmeas está elevado, em função dos preços do bezerro e da arroba, que desestimularam a retenção de fêmeas para reprodução, sendo assim era esperada uma redução no rebanho”, disse.


Entre os municípios, São Félix do Xingu (Pará), segue na liderança entre os bovinos, com um rebanho estimado em 2,5 milhões de cabeças, o que representa 1,1% do total brasileiro. Na sequência, aparecem Corumbá (Mato Grosso do Sul), Porto Velho (Rondônia), Cáceres (Mato Grosso) e Marabá (Pará). Somados, esses cinco municípios respondem por 3,9% do rebanho bovino nacional, totalizando 9,2 milhões de animais.


A produção de leite, por sua vez, atingiu novo recorde ao atingir 35,7 bilhões de litros, um aumento de 1,4% em relação ao ano anterior. Ao passo que a produção de leite subiu, o número de vacas ordenhadas encolheu. Foram contabilizadas 15,1 milhões de vacas ordenhadas, 2,8% a menos do que em 2023, sendo esse total de vacas ordenhadas o menor já registrado desde 1979.



Aves

Ainda segundo o IBGE, foi estimado em 1,6 bilhão de cabeças o número de galináceos no Brasil em 2024, um aumento de 1,7% em relação ao ano anterior, equivalente a 26,8 milhões de animais a mais.


No ano passado, o abate de frangos também registrou novo recorde, com aumentos de 2,7% em cabeças e 2,4% em peso de carcaça. O efetivo nacional de galinhas também atingiu um recorde, com 277,5 milhões de cabeças, um aumento de 6,8%.


A Região Sul manteve sua posição como a maior detentora do efetivo desde 1983, respondendo por 47,3% do total em 2024. Essa liderança continua impulsionada pela relevância dos estados sulistas, em especial o Paraná, que lidera a criação de galináceos desde 2006, e contribuiu com 28,8% do total desta edição da pesquisa. Rio Grande do Sul e Santa Catarina figuram como o terceiro e o quarto maiores efetivos, com 9,8% e 8,7%, respectivamente.


São Paulo, com o segundo maior efetivo estadual (13,0% do total nacional), e Minas Gerais, com o quinto (8,2%), juntos, contribuíram com um incremento de 14,9 milhões de cabeças em relação ao ano anterior.


Santa Maria de Jetibá (Espírito Santo), município com o maior efetivo de galináceos, registrou um aumento de mais de 2 milhões de animais em 2024. Desse incremento, 90,7% foram galinhas, o que reforça a sua liderança municipal nesse efetivo desde 2015, totalizando 14,9 milhões de galinhas em 2024. São Bento do Una (Pernambuco), Bastos (São Paulo), Toledo (Paraná) e Uberlândia (Minas Gerais) completam o ranking dos cinco maiores municípios em galináceos.


No ranking de galinhas, Bastos (São Paulo) e São Bento do Una (Pernambuco) também se destacam, invertendo posições para segundo e terceiro, respectivamente. Primavera do Leste (Mato Grosso) e Beberibe (Ceará) ocupam o quarto e quinto lugares.


Caprinos e ovinos

O efetivo de caprinos aumentou 3,1% em  2024, chegando a 13,3 milhões de animais, enquanto o número de ovinos aumentou 0,3%, atingindo 21,9 milhões de animais. Os dois valores são recordes históricos da pesquisa. A região Nordeste foi a principal responsável por este aumento, já que possui 96,3% do total de caprinos e 73,5% dos ovinos.


Suínos

Foram contabilizados 43,9 milhões de suínos nesta edição da pesquisa. No último dia de 2024 havia, no país, 1,8% de animais a mais se comparado ao ano anterior. Paralelo a isso, com um aumento de 0,6%, o total de matrizes de suínos se mostrou praticamente estável, sendo 5,0 milhões de animais contabilizados, o maior registro para este efetivo.


Também foi observado um aumento de 1,2% no abate de suínos, alcançando um recorde em 2024, porém demonstrando uma desaceleração do crescimento do setor. Houve recorde ainda nas exportações de carne suína in natura.


Toledo (Paraná) manteve sua posição na liderança municipal para a criação, dentre as 5 487 municipalidades que registraram alguma criação, com 2,2% do efetivo nacional, ou 950,0 mil animais. Uberlândia (Minas Gerais) aparece em seguida, com 1,4% do total nacional, ou 623,9 mil animais, seguido de Marechal Cândido Rondon (Paraná), com 1,3% ou 576,0 mil suínos.


Ovos

Com o total de 5,4 bilhões de dúzias, a produção brasileira de ovos de galinha apresentou um crescimento de 8,6% para o ano de 2024, resultando em um novo recorde para a série histórica, que estima que a produção de ovos vem aumentando ininterruptamente desde 1999. Importante mencionar que a produção de ovos levantada pela pesquisa possui tanto a finalidade consumo quanto incubação.


Os cinco principais municípios produtores foram: Santa Maria de Jetibá (Espírito Santo), Bastos (São Paulo), São Bento do Una (Pernambuco), Primavera do Leste (Mato Grosso) e Beberibe (Ceará).


Peixes

A estimativa da produção de peixes em 2024 mostrou um aumento de 10,3%, chegando a 724,9 mil toneladas, o que resultou em um valor de produção de 7,7 bilhões de reais, crescimento de 15,8% em relação ao ano anterior.


O peixe mais produzido no Brasil, desde o início do levantamento da piscicultura, é a tilápia. Em 2024, sua produção correspondeu a 68,9% do total de peixes. Em relação ao ano anterior, foi um aumento de 12,8%, resultando em 499,4 mil toneladas. Quase metade desse total (47,5%) é proveniente da Região Sul, devido principalmente ao Paraná, responsável por 38,2% da produção nacional, ou 190,5 milhões de quilos.


Já a produção brasileira de camarão criado em cativeiro atingiu 146,8 mil toneladas, um crescimento de 15,2% com relação ao ano anterior. O valor de produção foi de R$ 3,1 bilhões, equivalente a um aumento de 16,3%. Essa estimativa corresponde a um recorde na série histórica da produção, que vem crescendo continuamente desde 2017.


Do total, 99,7% são provenientes da Região Nordeste, principalmente do Ceará (57,1%) e do Rio Grande do Norte (21,5%). Os maiores produtores municipais estão concentrados nesses dois Estados, começando por Aracati (Ceará), que, com produção de 18,0 mil toneladas, é origem de 12,2% da produção nacional e 21,4% da produção estadual.


Na sequência, aparecem Jaguaruana (Ceará), com 8,8% e Pendências (Rio Grande do Norte), com 6,5% da produção nacional.


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