A Justiça do Peru condenou nesta quarta-feira o ex-presidente Alejandro Toledo a 13 anos e quatro meses de prisão por lavagem de dinheiro, em uma segunda sentença contra ele ligada a casos de corrupção.
Toledo, de 79 anos, que governou o país entre 2001 e 2006, foi acusado nesse processo judicial de ter adquirido milhões em imóveis no Peru com dinheiro de propinas da construtora brasileira Odebrecht, hoje conhecida como Novonor.
De acordo com a acusação, o ex-presidente e sua esposa gastaram US$5,1 milhões na compra de uma casa e um escritório em um bairro residencial em Lima e para pagar hipotecas de duas outras propriedades.
Os fundos para essas propriedades foram transferidos por meio de uma empresa offshore criada por Toledo na Costa Rica, usada para lavar o dinheiro ilícito, afirma a promotoria.
Em outubro do ano passado, o ex-presidente foi condenado a 20 anos e seis meses de prisão por aceitar, segundo os promotores, até US$35 milhões em propinas da Odebrecht em troca da concessão de milhões em obras públicas à empresa.
As duas sentenças serão cumpridas simultaneamente.
Economista formado pela Universidade de São Francisco e com mestrado pela Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, Toledo está detido em uma prisão construída dentro de uma base policial em Lima, onde também estão presos os ex-presidentes Ollanta Humala, Pedro Castillo e Martín Vizcarra.
O ex-presidente Alberto Fujimori passou 16 anos na mesma prisão, mas recuperou a liberdade no final de 2023 graças a um perdão humanitário e morreu meses depois.
Os casos de corrupção da Odebrecht, conhecidos como “Lava Jato” no Brasil, afetaram vários governos latino-americanos.
O ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski, de 86 anos, atualmente enfrenta um julgamento no qual a acusação pede 35 anos de prisão.