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Jorge Viana diz que Acre deve bater US$ 100 milhões em exportações em 2025

O presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana, afirmou nesta segunda-feira (29), em Rio Branco, que o Acre está próximo de alcançar a marca histórica de US$ 100 milhões em exportações em 2025. A declaração foi feita durante a abertura do Exporta Mais Amazônia 2025 – Acre, realizado no Centro de Convenções da Ufac, o maior evento do programa já organizado na região Norte.


“Nós nunca fizemos nada parecido. A Amazônia é a região mais rica do Brasil e exporta pouco. Não é uma crítica, é só uma constatação. Imagina, o Brasil exporta 339 bilhões de dólares por ano. Foi o número do ano passado. A Amazônia exporta em torno de cerca de 25 bilhões de dólares. Mas se eu tirar o Pará com a exportação do minério de ferro, se a gente tirar a Vale do Rio Doce, sobram 6 bilhões de dólares para todos os estados. Rondônia exporta 2 bilhões e meio. E o Acre, que é o lugar mais perto do Pacífico, exporta pouco ainda. Quando eu estava no governo, a gente exportava 20 milhões de dólares. Depois passou agora, 3 anos atrás, exportava 40. Mas o ano passado já exportou 87 milhões de dólares. E esse ano, aqui para quem está ao vivo no ac24horas, o Acre já exportou 69 milhões de dólares. Ou seja, a gente vai bater os 100 milhões de dólares. E esse evento ajuda. Ele ajuda esse ano e ajuda nos próximos anos”, pontuou.


Segundo Viana, o diferencial do Exporta Mais Amazônia é trazer os compradores internacionais para conhecer de perto os produtos e a realidade amazônica. “Nós trouxemos para cá, para o Acre, o Exporta da Amazônia. Tem empresas de todos os estados da Amazônia. Tem mais de 40 empresas do Acre. E nós trouxemos os compradores. E não é um comprador qualquer. Os escritórios da Apex no mundo foram encontrados. Por exemplo, a Mitsui é a maior empresa compradora de frutas, de açaí da China. Eu fui lá. E trouxemos aqui, eles estão aqui, porque eles têm 45 mil lojas na China. Então, o da Rússia, dos Estados Unidos. Tem gente aqui da Índia e, obviamente, da Indonésia. Tem cinco países da Europa. Tem países da América do Sul. E eu acho que nós vamos bater as metas”, destacou.


Viana também comentou sobre o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, entre eles a castanha-do-Brasil e a madeira, e defendeu a diversificação de mercados como solução. “Os Estados Unidos são o segundo parceiro comercial do Brasil. É a maior economia do mundo. Por isso que eu trato esse problema não da forma política, como, aliás, alguns representantes aqui da política brasileira foram para lá para criar esse problema para o Brasil, mas criaram um problema para quem exporta, para o produtor. Mas nós da Apex, eu fiquei bem tranquilo. Não estou minimizando, mas a gente meio que está comendo com farinha. O Acre exportou, então, 87 milhões no ano passado de dólares e mais ou menos 5 milhões de produtos que estão sob tarifa dos Estados Unidos. Castanha do Brasil, ou castanha da Amazônia, e madeira. Então, a castanha do Brasil já caiu fora. O Manoel da Cooperativa já conseguiu vender para a Europa. Então, saiu do tarifário. Isso é diversificar o mercado, que é uma das soluções”, explicou.


Foto: Sérgio Vale

Apesar disso, ele defendeu a retomada do diálogo com os americanos. “Acho que a gente tem que insistir de comercializar com os Estados Unidos, porque é uma decisão do governo Trump que não se explica comercialmente. Os EUA tem um saldo positivo com o comércio brasileiro. Mas eu estou bem otimista com a química que rolou entre o presidente Lula. Eu acho que o presidente Lula fez certo, não retaliou. Eu acho que vai ter um encontro entre o presidente Lula e o presidente Trump. Tomara que as diferenças fiquem só na política e que o comércio volte a fluir, porque é muito importante para nós”, reforçou.


Ao ser questionado sobre a resistência de parte do agronegócio ao governo Lula, Viana respondeu. “Quem criou o Plano Safra?, que é o maior plano de empréstimo, de financiamento com juros subsidiados para quem produz, quem abriu mais programa de renegociação de dívida, quem criou crédito muito forte foi o presidente Lula. Então, eu respeito a opinião, cada um tem suas preferências, mas não tem razão. O filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, vai para os Estados Unidos, usa alguma proximidade ideológica e trabalha contra o Brasil. Então, ele não está trabalhando a favor dos Estados Unidos, ele está trabalhando contra o Brasil, porque os Estados Unidos já ganham dinheiro com o Brasil.Eu acho que esse tiro saiu pela culatra, sim. Ninguém abriu mais mercado para a carne brasileira, para todas as carnes brasileiras, para a soja brasileira, para o milho brasileiro. Eu tenho muita esperança que breve frigoríficos daqui possam estar com o mercado aberto para a Indonésia, para o Chile e para o Japão”, salientou.


O presidente da Apex defendeu que o Acre se prepare para aproveitar as oportunidades do comércio exterior com foco na bioeconomia. “Ontem eu passei meu domingo com uma turma, fazendo eles se apaixonarem pela nossa terra, pela nossa história, cria uma relação de amizade e de paixão. Amanhã a gente começa a fechar negócio. Eu estou em casa por estar no Acre e em casa por estar tratando de um tema que modéstia à parte eu conheço bem. Fiz uma palestra na Ufac sobre isso, alertando, inclusive, às universidades: o curso de direito se especializa em comércio exterior. O Acre vai ser um celeiro. Não tem como isso. A coisa que mais vai crescer no mundo é comércio exterior”, justificou.


Por fim, Viana falou sobre sua eventual candidatura ao Senado em 2026. “Minha paixão é pelo Acre. Então, se eu estiver colaborando com a minha terra, eu estou bem, não importa com mandato ou sem. Já fui senador, fui governador duas vezes, prefeito. Estou presidindo a Apex, dou aula, do mestrado e doutorado. Então, a eleição do ano que vem não é um sonho ou desejo meu. Eu acho que é uma obrigação de quem puder ajudar a colocar o nome lá. O Senado é um lugar de gente mais madura. Lá no Senado, não dá para a pessoa virar senador do Acre, ficar se acorrentando na mesa diretora do Senado para protesto, isso é baixar o nível da casa mais antiga da república. Se tiver três caba-bom lá, ou mulheres, homens, trabalhando, a gente fica igual São Paulo. Fala a mesma voz, ocupa o mesmo espaço e sai na frente, porque o Acre é bem menor que São Paulo, os problemas são menores. O Acre eu acho que tem a melhor condição logística e geográfica para poder ganhar crescimento com o exterior”, finalizou.


FOTOS DE SÉRGIO VALE


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