Mateus Lima da Silva, de 30 anos, que foi encontrado em coma no Pronto-Socorro de Rio Branco após três anos sumido, foi extubado e saiu da Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). A informação foi confirmada por José Rodrigues, 74 anos, e pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre).
Ao g1, José Rodrigues disse que na última quinta-feira (25) o sobrinho já respirava sem ajuda dos aparelhos, contudo, Mateus segue sem se comunicar com os familiares.
“Ele parece que não está bem, continua sem falar nada. Não sei pra quê tiraram [os aparelhos] porque acho que não deveriam ter tirado. Parece que fica mais difícil pra ele sem o aparelho”, comentou o tio.
O tio compartilhou que percebeu que Mateus está com uma coloração da pele diferente e teme que esteja sofrendo, sem conseguir falar o que sente.
“Está com uma cara roxa, no lugar da pancada que pegou. Costuraram e disseram que foi acidente de carro, mas não tem quem tire da minha cabeça que foi um pau que bateram na cabeça dele”, lamentou.
Dificuldades para acompanhar
Zequinha, como é conhecido José Rodrigues, contou que família do sobrinho não tem condições financeiras para acompanhá-lo no hospital. Segundo ele, o pai do rapaz mora na zona rural do estado acreano e a mãe no interior de Rondônia.
“Já está com mais de um mês que ele está no hospital. Estamos com um problema porque querem um acompanhante lá e não temos como acompanhar. Não tenho condições de ficar direto com ele porque trabalho”, destacou.
Zequinha acredita que a mãe de Mateus não saiba o que aconteceu com o filho, já que a família paterna dele perdeu o contato após os pais se separarem.
“Ainda não foi ver ele, acho que não sabe nem que aconteceu. O pai dele não avisou para ela, não sabe nem onde ela mora, só que mora em Extrema, mas são separados há muito tempo”, explicou ele.
Segundo Sesacre, como o caso é grave e pode deixar sequelas, a presença da família é essencial durante a internação. A equipe médica segue regras de segurança. Isso garante um bom atendimento durante toda a internação.
“Em razão da gravidade do caso e possíveis sequelas decorrentes do seu quadro, a participação da família é importante para o acompanhamento e planejamento do cuidado após a alta. Toda a conduta médica segue os protocolos de segurança, garantindo a melhor assistência durante todo o período de internação”, diz parte do comunicado da Saúde.
Procura pela família
No começo de setembro, a Polícia Civil iniciou uma investigação para tentar encontrar familiares de Mateus.
A mãe de Mateus registrou um boletim de ocorrência pelo sumiço em 2022. A família morava no bairro Base, na capital, e ele foi visto pela última vez na época em direção ao bairro Irineu Serra.
A identificação foi realizada por meio das impressões digitais, consultadas pelo Instituto de Identificação.
Após uma semana de buscas, Mateus recebeu a visita do pai e do tio, o aposentado José Rodrigues da Silva.
Fonte: G1 Acre