Após uma semana de buscas, os familiares de Mateus Lima da Silva, de 30 anos, que ficou desaparecido por três anos e está em coma no Pronto-Socorro de Rio Branco, foram localizados pelo Instituto de Identificação do Acre.
O jovem já recebeu a visita do pai e do tio, o aposentado José Rodrigues da Silva, de 74 anos.
“O pai dele chegou aqui e falou pra mim que ele tinha melhorado um pouquinho, que está mexendo os pés. Mas continua na UTI, continua inconsciente. Eu já fui lá visitar ele duas vezes e vou hoje [terça-feira, 16] de novo”, disse o tio.
Zequinha, como é conhecido José Rodrigues, confirmou que o sobrinho teve um problema com o pai e decidiu morar nas ruas, mesmo com toda a família tentando aconselhá-lo.
“Ele saiu da casa do pai e ficou andando de rua em rua. Ia pro Quinari [Senador Guiomard] e por último disseram que foi pra de Assis Brasil. Ele já estava machucado”, contou.
Mateus teria sido atropeladoAssis Brasil, levado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao hospital do município, onde chegou andando, mas com traumatismo craniano.
Depois, ele foi levado para a capital, já inconsciente e sem documentos. Zequinha contou que a família recebeu diferentes versões sobre o que pode ter acontecido com Mateus.
“Ninguém sabe o que aconteceu. Uns dizem que um carro bateu nele, outros dizem que foram marginais que bateram. Como ele vivia na rua, não sabemos. Quando saiu de casa era usuário de drogas, só não sei se quando aconteceu esse problema ainda usava”, afirmou.
Zequinha contou que o irmão pedia ao filho para voltar para casa, mas ele não aceitava. “Aconteceu isso com ele e é muito difícil. A família que sofre. O pai dele está triste e não pode sempre ir visitá-lo porque mora em uma colônia [zona rural]”, lamentou.
Quadro clínico
O tio contou que o sobrinho tem um ferimento na cabeça e o crânio está afundado. Durante a visita, o pai notou que o filho está melhorando, o que deixou a família mais esperançosa.
Mateus segue internado na UTI, inconsciente e se alimentando por sonda. Segundo o tio, uma enfermeira disse que o estado de saúde dele é muito grave.
“Ele está ruim, amassou um pouquinho a cabeça. Não fala de jeito nenhum e se alimenta só com os aparelhos. Não abre nem o olho. Quando saí, a moça lá responsável pela UTI me chamou para conversar um pouco e, pelo que entendi, eles não têm esperança dele ficar bom”, comentou Zequinha.
Apesar do estado crítico, a família não perde as esperanças do rapaz se recuperar. “A gente sempre tem aquela esperancinha dele se recuperar”, concluiu.
Procura pela família
No começo de setembro, a Polícia Civil iniciou uma investigação para tentar encontrar familiares de Mateus.
A mãe de Mateus registrou um boletim de ocorrência pelo sumiço em 2022. A família morava no bairro Base, na capital, e ele foi visto pela última vez na época em direção ao bairro Irineu Serra.
A identificação foi realizada por meio das impressões digitais, consultadas pelo Instituto de Identificação. A confirmação veio através de uma plataforma nacional de pessoas desaparecidas, da qual o Acre passou a fazer parte.
Fonte: G1 Acre