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Em reação ao tarifaço, Lula organiza reunião virtual do Brics para propor reforma da OMC

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva • Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenta organizar um encontro virtual de líderes do Brics, ainda em setembro, como reação ao tarifaço de Donald Trump e para discutir uma reforma da OMC (Organização Mundial do Comércio).


O governo brasileiro trabalha para que a reunião ocorra na próxima semana, mas ainda depende da agenda dos demais chefes de Estado. A intenção é ter o maior número possível de líderes do grupo, incluindo Xi Jinping (China), Narendra Modi (Índia), Cyril Ramaphosa (África) e Vladimir Putin (Rússia). A ideia é que os integrantes mais recentes – Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes, Etiópia, Indonésia, Irã – também participem.


Nas últimas semanas, Lula já teve uma rodada de conversas telefônicas individualmente com presidentes e primeiros-ministros como Xi, Modi e Putin, além do francês Emmanuel Macron e da mexicana Claudia Scheinbaum.


As conversas têm girado em torno de questões como a defesa do multilateralismo, da intensificação de parcerias comerciais e da diversificação de mercados.


O Brics tem evitado declarações de enfrentamento direto aos Estados Unidos e a Trump, inclusive para não transmitir à Casa Branca uma mensagem de antiamericanismo, embora a cúpula do Rio de Janeiro realizada em julho tenha condenado a adoção unilateral de medidas protecionistas.


Na semana passada, em um evento na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), o chanceler Mauro Vieira disse que o governo Lula tem buscado colocar em pauta uma reformulação da OMC.


“Demos início a conversas com os demais países afetados pelas medidas tarifárias dos Estados Unidos, afirmou Vieira.


Segundo ele, nesses contatos, surgiram “crescentes preocupações […] com o processo de deterioração do sistema multilateral de comércio” e com “negociações bilaterais assimétricas vulneráveis a pressões dos mais fortes”.


“O Brasil pretende desse modo dar início a discussões sobre uma reforma estrutural da OMC, uma verdadeira refundação do organismo, sobre bases mais modernas e flexíveis”.


Desde o primeiro governo Trump, em um impasse que atravessou toda a gestão Joe Biden e continua intacta, o órgão de solução de controvérsias da OMC está paralisado diante da falta de indicações dos Estados Unidos para compor o tribunal de apelações (uma segunda instância em casos de disputas entre países).


governo Lula tem buscado acelerar negociações com outros parceiros. Em agosto, foi anunciada a retomada das negociações para um acordo de livre comércio entre Mercosul e Canadá. O vice-presidente Geraldo Alckmin foi ao México, na tentativa de estreitar laços econômicos e aprofundar o acordo comercial em vigência com o Brasil, e irá para a Índia em breve com o mesmo objetivo.


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