Em 10 anos, cresce número de adolescentes com excesso de peso no Acre, alerta pesquisa

- Foto: Reprodução

A proporção de adolescentes de 10 a 19 anos com excesso de peso aumentou no Acre. Segundo o Atlas da Obesidade Mundial em 2014, 22% dos adolescentes estavam acima do peso. Em 2024, o percentual chegou a 27%.


O Atlas publicado pela World Obesity Federation (WOF) mostra que o mundo caminha para um aumento expressivo da obesidade infantil.


De acordo com a pesquisa, baseada em números do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do SUS (Sisvan), o percentual adolescentes de 10 a 19 anos com excesso de peso aumentou em todos os estados do Brasil.


A pesquisa mostra, ainda, que a obesidade é uma das principais responsáveis por doenças como diabetes, cânceres, doenças cardiovasculares, cardíacas e respiratórias crônicas.


Riscos da obesidade infantil

 


Liana Merched, nutricionista infantil, especialista em dificuldades alimentares, ao observar os pacientes que tem recebido, frisou que a obesidade traz uma série de riscos.


“A criança ou o adolescente obeso já não tem mais tanta mobilidade igual os outros para correr, não tem disposição, então pode vir a desenvolver pressão alta e diabetes. Já atendi crianças de 10 anos, com mais de 60 quilos e com gordura no fígado e resistência insulínica. Já atendo muitos casos com a insulina muito alta, então tudo isso é reflexo da má alimentação”, pontua.


 


Os números de menores de idade que chegam aos consultórios obesos só crescem. Ela explicou que muitas vezes essa criança se desenvolve em um ambiente com pais e irmãos com o mesmo tipo de alimentação.


“Geralmente, uma criança com obesidade, a família é obesa. Ela vive em um ambiente obesogênico: o pai e a mãe já estão acima do peso e essa criança vai sendo modelada de acordo com a rotina da família. Então, infelizmente ela vai carregar essa predisposição ao longo da vida”, afirma.


Um dos principais pontos que a nutricionista atribui esse crescimento de adolescentes obesos é o crescimento do sedentarismo da nova geração. “As crianças hoje se exercitam menos. Muitas vezes não priorizam o exercício, os pais não priorizam levá-las para o exercício, ficam muito no celular”, acrescenta.


Alimentação desregrada

 


Outro tópico citado por ela é a alimentação desregrada dos pequenos. “Tem uma alimentação inadequada. Em vez de comer algo que não seja saudável só ao final de semana, não, come todos os dias. Também diminuem a ingestão de frutas e legumes durante as refeições, porque a maioria dessas crianças também com obesidade tem uma certa seletividade alimentar”, assegurou ela.


Sobre a continuidade da doença com o passar dos anos, Liana explicou que se a pessoa já foi obesa na infância, a possibilidade dela ser uma adolescente e um adulto obesa é muito grande.


“As nossas células de gordura só diminuem de tamanho quando a gente emagrece. E aí, qualquer outra coisa, ela quer voltar ao tamanho original. Por isso que a pessoa tem essa tendência para engordar mais rápido”, disse ela.


Brasil

 


O estudo global prevê um aumento preocupante: 50% das crianças e adolescentes brasileiros estarão acima do peso em 2035. Em nível mundial, a federação diz que, se as tendências atuais continuarem até 2035, 770 milhões de crianças e adolescentes devem viver com sobrepeso e obesidade — um aumento de 22% (em 2020) para mais de 39% até 2035.


 


 


 


 


 


 


 


 


Fonte: G1 Acre


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