O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) celebrou nesta terça-feira (9) uma declaração da porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, que ameaçou países considerados pelo governo norte-americano como ofensores da liberdade de expressão.
Em coletiva, Leavitt afirmou que os Estados Unidos estão dispostos a adotar sanções econômicas e até mesmo medidas militares para responder a governos que, em sua visão, reprimem a livre manifestação.
A fala foi feita após questionamento do jornalista Michael Shellenberger, que citou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF).
Poucas horas depois, Eduardo compartilhou em sua conta no X (antigo Twitter) o vídeo da entrevista com um comentário: “O mundo agradece”. No mesmo post, o deputado reforçou a proximidade com a administração Trump, marcando o presidente, o vice J.D. Vance e a porta-voz da Casa Branca.
Conexão com o julgamento no STF
A fala da porta-voz ocorreu no mesmo dia em que a Primeira Turma do STF entrou na fase final do julgamento da chamada trama golpista, que pode condenar Bolsonaro e outros sete réus pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e dano qualificado.
O próprio Trump já havia pedido publicamente a interrupção imediata do julgamento, alegando que Bolsonaro seria vítima de perseguição política.
A Casa Branca vinculou o endurecimento tarifário — com a alíquota de 50% contra produtos brasileiros — e a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes a essa narrativa de defesa da liberdade de expressão.
Eduardo Bolsonaro em lobby nos EUA
Desde fevereiro, Eduardo está nos Estados Unidos articulando apoio junto a parlamentares republicanos e à administração Trump. Seu objetivo é pressionar Washington a manter a linha dura contra autoridades brasileiras e evitar que seu pai seja condenado e preso.
Segundo relatórios da Polícia Federal, parte desse lobby incluiu pedidos de sanções e cancelamento de vistos de ministros do STF, movimento que já teve repercussão com a suspensão de vistos de oito integrantes da Corte.