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Análise revela mudança de padrões de crimes envolvendo drogas no Acre

Foto: policiais escoltam operação de incineração de drogas apreendidas, em março de 2025 I PCAC/divulgação

Em uma análise inédita, o ac24horas se debruçou sobre dados de ocorrências classificadas como tráfico, posse e encontro de drogas no estado entre 2020 e julho de 2025, disponíveis no Observatório de Análise Criminal do Ministério Público do Acre (MPAC). Os dados revelam flutuações significativas ao longo dos anos, com mudanças nos padrões temporais, dias da semana e distribuição geográfica dos crimes envolvendo entorpecentes no estado.


Entre 2020 e 2024, os números anuais de ocorrências mostram variações relevantes. Em 2020, foram registrados 1.943 casos, número que cresceu 33,5% em 2021, alcançando 2.595 ocorrências – o pico do período analisado. Em 2022, houve uma queda de 12,5% (2.270 casos), seguida de uma leve alta em 2023 (2.322 casos, aumento de 2,3%). Já em 2024, os registros caíram novamente, totalizando 2.034 casos, uma redução de 12,4% em relação a 2023.


Para uma comparação mais equilibrada, os dados de janeiro a julho de cada ano mostram um padrão semelhante. Em 2020, foram 1.223 casos, subindo para 1.586 em 2021 (aumento de 29,7%). Em 2022, o número caiu para 1.264 (-20,3%), mas voltou a crescer em 2023, com 1.497 casos (+18,4%). Em 2024, os registros ficaram em 1.268, uma queda de 15,3% em relação ao ano anterior. Já em 2025, até julho, foram registrados 1.328 casos, um aumento de 4,7% em comparação com o mesmo período de 2024.


Os dados de 2025, até julho, mostram uma distribuição mensal irregular. Maio foi o mês com maior número de ocorrências (234 casos), seguido por julho (203), março e abril (193 cada), janeiro (175), junho (184) e fevereiro (146). Essa variação sugere picos em meses específicos, possivelmente associados a fatores sazonais ou operações policiais intensificadas.


A análise por turno do dia revela que o período noturno é consistentemente o de maior incidência em todos os anos, com percentuais variando entre 36,21% (2022) e 42,97% (2021). Em 2025, até julho, 41,57% dos casos ocorreram à noite, seguidos por 31,02% no período vespertino, 17,7% pela manhã e 9,71% na madrugada. Comparado a anos anteriores, 2024 e 2025 mostram uma leve predominância do período noturno, enquanto 2022 teve uma distribuição mais equilibrada entre tarde (36,52%) e noite (36,21%).


Quanto aos dias da semana, não há um padrão fixo. Em 2020, os sábados foram os mais frequentes, enquanto em 2021 as quintas-feiras lideraram. Em 2022 e 2023, as sextas-feiras predominaram, e em 2024, sextas e sábados se destacaram. Em 2025, até julho, as quintas-feiras registraram a maior frequência, seguidas por sábados e sextas. Essa variabilidade sugere que fatores como operações policiais ou dinâmicas do crime organizado podem influenciar a distribuição semanal.


Rio Branco concentra a maioria das ocorrências em todos os anos, com percentuais variando de 56,45% (2021) a 83,12% (2020). Em 2025, até julho, 60,62% dos casos foram registrados na capital, um valor próximo à média dos anos anteriores. Outros municípios, como Cruzeiro do Sul, Sena Madureira, Tarauacá e Feijó, também aparecem com participações relevantes, mas com variações. Por exemplo, Cruzeiro do Sul teve um pico de 12,06% em 2021, enquanto Sena Madureira atingiu 8,16% em 2024. Em 2025, Tarauacá (8,13%) e Sena Madureira (7,83%) aparecem com percentuais próximos, indicando uma distribuição mais equilibrada fora da capital.


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