Na sétima noite da Expoacre 2025, realizada nesta sexta-feira, 1º de agosto, no Parque de Exposições em Rio Branco, o vereador Zé Lopes (Republicanos) concedeu uma entrevista ao ac24horas, na qual reafirmou sua postura independente na Câmara Municipal e fez comentários acerca da atual gestão do prefeito Tião Bocalom (PL).
Logo no início da entrevista, o parlamentar destacou sua decisão de não aceitar cargos na prefeitura após a eleição. “Logo depois das eleições, quando eu ganhei, me chamaram pra três cafezinhos na prefeitura, e eu falei, eu vou pro café porque eu adoro tomar um café. Mas não me ofereça cargos, porque senão eu vou ficar amarrado. E foi a melhor decisão que eu tive”, afirmou.
Zé Lopes explicou que sua independência tem permitido que ele critique ações da prefeitura sem sofrer retaliações políticas. Como exemplo, citou o aumento salarial de secretários municipais: “Quando o prefeito disse que o salário de 15 mil dos secretários era uma miséria e dobrou pra 28 mil reais, eu fui um dos poucos que pude reclamar”, destacou.

Foto: Jardy Lopes
Sobre os projetos de lei enviados à Câmara, ele destacou que o primeiro apresentado pela prefeitura durante as enchentes, com mais de 25 mil pessoas desalojadas, foi para aumentar o número de cargos comissionados. “Eu pude votar contra porque eu não indiquei ninguém para trabalhar na prefeitura. Eu entendo que o Poder Legislativo existe para fiscalizar o prefeito, eu não posso aceitar nenhuma vantagem”, salientou.
Um dos pontos da entrevista foi a crítica ao veto parcial do prefeito ao projeto de sua autoria que propõe a criação de grupos reflexivos para agressores de mulheres. Segundo o vereador, o veto foi motivado por questões políticas. “Apresentei o projeto e o prefeito orientou sua base para que vetasse só porque eu sou independente. Faz sentido num município como Rio Branco, com tanta violência contra a mulher, vetar isso?”, perguntou.
O vereador também comentou sobre outra proposta de sua autoria, já aprovada como lei municipal, que proíbe conteúdo sexual em eventos públicos voltados ao público infantojuvenil. “Cansei de ir em eventos públicos com meu filho e ouvir músicas totalmente inadequadas para crianças. Agora, o DJ ou artista que burlar essa regra vai pagar uma multa no valor do seu cachê pro fundo da educação municipal”, explicou.
Entre os projetos para o segundo semestre, Zé Lopes citou a proposta das hortas urbanas comunitárias, que passa pela ideia de utilizar terrenos baldios para a agricultura familiar, diminuindo o risco de queimadas e promovendo a função social da terra. “A gente espera que esse projeto seja aprovado já no início da sessão legislativa”, disse.

Foto: Jardy Lopes
Ao ser questionado sobre o futuro político do prefeito Bocalom, que estaria se articulando para disputar o governo do Estado em 2026, Zé Lopes demonstrou preocupação. “O problema são as prioridades. Como é que a pessoa gasta 27 milhões num viaduto para evitar cinco minutos na rotatória enquanto falta água nas casas das pessoas?. As prioridades de Rio Branco estão invertidas”, disse.
Zé Lopes reforçou seu apoio ao senador Alan Rick (União Brasil), pré-candidato ao governo estadual, e disse confiar que ele saberá estabelecer as prioridades corretas. “Ele foi o primeiro a falar de saneamento básico aqui no Acre. Para cada 1 real que a gente gasta com saneamento, economiza 10 com saúde”, pontuou.
Questionado sobre as eleições de 2026, Zé Lopes disse que ainda é cedo para definir seu futuro político. “Tô com sete meses de mandato. Estou focado em cumprir as promessas que fiz. Estou à disposição do Republicanos, seja como candidato ou para ajudar os candidatos do partido. O meu federal é o Roberto Duarte. Se Deus quiser o Alan Rick vai entrar no partido junto da Mara Rocha para a gente fazer aquela chapa bonita e renovar esse estado”, finalizou.