Trump fez uma insensatez com o Brasil, diz Lula após novas sanções dos EUA

(Imagem: Reprodução/Instagram | Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta quinta-feira (14), que Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, “fez uma insensatez com o Brasil” ao taxar e sancionar o país.


“O Trump fez uma insensatez com o Brasil porque nós somos parceiros americanos há 201 anos, não é de hoje, são 201 anos de relação diplomática”, disse Lula durante a cerimônia de inauguração da fábrica de hemoderivados da Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia (Hemobrás), em Goiana (PE).


Na última quarta-feira (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou o plano de contingência para auxiliar os setores mais afetados pela tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos. 


Para tentar conter os efeitos do tarifaço, Lula criou uma linha de crédito para liberar R$ 30 bilhões para empresas brasileiras. A medida, que agora será analisada pelo Congresso Nacional, busca apoiar aproximadamente 10 mil empresas afetadas por meio de três eixos principais: financiamento, compras públicas e revisão tributária.


Horas depois, os Estados Unidos anunciaram a revogação de vistos, além da imposição de restrições de visto a funcionários do governo brasileiro, ex-funcionários da Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), ligados ao programa Mais Médicos.


De acordo com uma nota assinada pelo secretário de Estado Marco Rubio, o conjunto de ações visa punir a “cumplicidade com o esquema de exportação de mão de obra do regime cubano, no âmbito do programa Mais Médicos”.


“Como parte do programa Mais Médicos do Brasil, essas autoridades usaram a Opas como intermediária junto à ditadura cubana para implementar o programa sem seguir os requisitos constitucionais brasileiros, driblando as sanções americanas a Cuba e, conscientemente, pagando ao regime cubano o que era devido aos profissionais de saúde cubanos”, continua a nota do Departamento de Estado.


No evento de hoje, Lula pediu para não se preocuparem com o visto dos EUA porque “o mundo é muito grande, o Brasil tem 8 milhões e meio de km quadrado, você tem lugar para andar no Brasil para caramba”.


Ele ainda destacou que tem uma relação de respeito com Cuba.


“É importante eles saberem que a nossa relação e Cuba é uma relação de respeito a um povo que está sendo vítima de um bloqueio há 70 anos e hoje estão passando necessidade em um bloqueio que não há nenhuma razão. Os Estados Unidos fez uma guerra e perdeu, aceite que perdeu e deixe os cubanos viverem em paz”, disse.


Mais Médicos

Lançado em 2013, durante o governo de Dilma Rousseff (PT), o programa Mais Médicos foi fundado com o objetivo de levar médicos para áreas onde a oferta destes profissionais era escassa ou até inexistente.


Em sua primeira fase, o Mais Médicos era composto, principalmente, por médicos cubanos. Eles vinham ao Brasil em convênio com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), que ficava responsável por repassar os valores recebidos do governo brasileiro para Cuba, como uma intermediária.


No âmbito do convênio, o governo cubano repassava aos médicos apenas parte dos valores recebidos pela Opas, ficando, assim, com parte do dinheiro direcionado pelo Brasil.


Em 2018, com a eleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Cuba resolveu deixar o convênio com o Brasil e a Opas para o Mais Médicos.


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