TJAC realiza Casamento Coletivo de 764 pessoas na Expoacre 2025

Foto: Elisson Magalhães

Usando pela primeira vez aos 67 anos de idade vestido branco e uma tiara sob a cabeça que não tinha pedras preciosas, mas brilhava muito, Luzinete de Araújo oficializou sua união com Otávio Ferreira de Souza, 77 anos, neste sábado, 2. Eles casaram-se na companhia de mais 382 casais no Casamento do Coletivo do Projeto Cidadão, do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), realizado na arena de shows do Parque de Exposições Wildy Viana, na Expoacre 2025.


Para a noiva, que conheceu o marido em um bar jogando sinuca, esse momento foi único: “Toda vida eu tive vontade de estar assim e hoje estou aqui”. Otávio contou que estão juntos há mais ou menos 15 anos e tiveram um longo namoro: “foram uns sete anos paquerando, nós casamos na igreja e agora aqui”. A paixão do casal ficou evidente no desejo de Otávio, ao ser convidado pela equipe de reportagem para beijar a noiva, deu um selinho em Luzinete e disse “quero é arrancar o beiço dela, beijinho assim não vale”.


Esse clima de alegria, que contagia noivos, convidados e equipe de organização, por causa de tantas uniões acontecendo simultaneamente é marca registrada do Casamento Coletivo. Após a emissão de documentos, a celebração coletiva é um dos eventos mais aguardados do Projeto Cidadão. Neste ano, o mutirão de serviços sociais completa 30 anos de trabalho, promovendo justiça e cidadania em bairros periféricos, comunidades ribeirinhas, aldeias indígenas, na capital e em todas as cidades do estado.


Para consolidar essa trajetória, o Projeto Cidadão conta com apoio de diversas instituições, como na cerimônia, que teve o auxílio dos cartórios extrajudiciais de Rio Branco e também do governo do Acre. Representando a Presidência do TJAC, o coordenador do Projeto Cidadão, desembargador Samoel Evangelista, agradeceu a todos os envolvidos e discorreu sobre a história deste projeto social da Justiça acreana:


Foto: Elisson Magalhães

“Este evento reúne uma das essências do Projeto Cidadão que é o Casamento Coletivo. São quase 400 casais que buscaram a coordenação do Projeto Cidadão. Portanto, celebramos a união de todos, quase 800 pessoas que decidiram dar um passo importante ao assumir o compromisso do matrimônio. Alguns já compartilham a vida, outros estão iniciando essa jornada. O Projeto Cidadão há 30 anos vem desempenhando um papel importante na sociedade acreana, promovendo a inclusão e cidadania através dos serviços jurídicos e sociais oferecidos a todos os cidadãos”, disse Evangelista.


Pacto oficializado


O casamento civil é um pacto oficial entre duas pessoas, que garante direitos a ambas, como herança, guarda e pensão. Esse compromisso deve ser firmado na presença de testemunhas. Na celebração deste sábado, os noivos e noivas ainda tiveram na plateia, o governador do Estado, Gladson Camelí, o desembargador Lois Arruda, a presidente da Associação de Magistrados do Acre (Asmac), juíza de Direito Olívia Ribeiro, delegatários e delegatárias dos cartórios de registro civil da capital, a defensora pública-geral, Juliana Cordeiro, além de parentes e amigos.


Foto: Elisson Magalhães

O ato foi conduzido pela juíza de Direito Luana Campos, titular da Vara de Registro Públicos, Órfãos e Sucessões e de Cartas Precatórias Cíveis de Rio Branco. A magistrada convocou os casais a se respeitarem e construírem relações pautadas no amor. “O casamento é a união entre duas pessoas que por amor resolvem celebrar um pacto. Esse pacto exige compromisso de ambos. Compromisso de que? De respeito”, disse Campos.


Foto: Elisson Magalhães

Matheus Souza Messias, 25, e Lucinete Silva de Paz, 35, se conheceram há um ano pela internet, depois firmaram o namoro em encontros na academia. Para o casal, este momento foi a oportunidade de oficializar a união que, segundo Matheus, “já era um namoro parecido com casamento de anos. O Projeto Cidadão foi uma oportunidade. Ajeitamos os documentos e viemos casar, para ter tudo certo de papel passado”.


Respeito e proteção às mulheres


Durante seu diálogo com os casais, a juíza Luana alertou sobre a necessidade de que os casamentos sejam lugares seguros para as mulheres. Afinal, em 2024, oito em cada dez mulheres vítimas do feminicídio no Brasil foram mortas por companheiros ou ex-companheiros, conforme dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025.


“Sabemos da grande quantidade de violência contra mulher que nosso país vivencia e o estado do Acre está neste ranking com altos índices de violência. Por isso, noivos, digo a vocês: em uma mulher não se bate, não tortura, não ameaça, não intimida, não põe medo, não constrange. Quem ama não faz isso com sua mulher, com sua parceira. Tratem as mulheres com respeito. Devemos mudar esse cenário de violência contra mulher. Esses crimes tem que ter um fim e espero que vocês, noivos presentes aqui, sirvam de exemplo para outros homens de que a mulher só merece carinho e respeito e não maus-tratos”, disse a magistrada.


Nesse sentido, a coordenadora de Apoio aos Projetos Sociais do TJAC, Isnailda Silva, destacou que os atendimentos do Projeto Cidadão de forma geral – seja com palestras, rodas de conversa, nos casamentos – carregam essa missão de, ao regularizar documentação de mulheres e famílias, tentar garantir às mulheres acesso à própria autonomia, para construção de relações de gênero mais igualitárias.


 


Com informações do TJAC


 


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