A assembleia de sócios do Corinthians votou hoje a favor do impeachment do presidente Augusto Melo, que foi definitivamente destituído do cargo. Ele foi afastado da diretoria temporariamente em 26 de maio, quando a gestão interina de Osmar Stabile, que era vice-presidente, assumiu o clube.
O que aconteceu
Neste sábado, mais de 2 mil sócios compareceram ao Parque São Jorge para votar a última instância do processo de impeachment, que teve início em 2024. A votação durou das 9h às 17h, e a apuração foi concluída por volta das 19h20.
Foram 1413 votos a favor da destituição do mandatário, enquanto 620 votaram pelo retorno da gestão afastada. Duas pessoas votaram branco e outras duas nulo. A assembleia precisava de maioria simples dos votos para destituir o presidente.
Augusto Melo compareceu ao local de escrutínio, no Ginásio Wlamir Marques. Ele não conversou com a imprensa em nenhum momento e ficou isolado junto ao sobrinho Kadu Melo, que é conselheiro do Corinthians, e deixou o local de votação pela porta dos fundos antes mesmo do fim da apuração.
Agora, Romeu Tuma Jr, presidente do Conselho Deliberativo, deverá convocar novas eleições para escolher o presidente que ocupará a cadeira até o fim de 2026. A votação será feita exclusivamente por membros do CD.
Augusto Melo é réu em caso Vai de Bet
A juíza Márcia Mayumi Okoda Oshiro, da 2ª Vara de Crimes Tributários de SP, aceitou a denúncia do Ministério Público contra os seis acusados de envolvimento em um esquema de fraude e lavagem de dinheiro que desviou R$ 1,4 milhão do Corinthians.
Augusto e outros envolvidos foram denunciados por associação criminosa, furto qualificado e lavagem de dinheiro. A Justiça determinou a citação dos réus para apresentar defesa. O processo segue sob sigilo por envolver dados bancários e fiscais.
Segundo o MP, os crimes ocorreram entre dezembro de 2023 e maio de 2024, durante a gestão de Augusto Melo. Os réus são acusados de se associarem para desviar verba do contrato de patrocínio com a Vai de Bet, usando uma empresa de fachada — a Rede Social Media Design, de Alex Fernando André — como “intermediária” fictícia que receberia 7% do valor total do patrocínio.
Ainda de acordo com a denúncia, os valores desviados circularam entre outras empresas de fachada até serem usados para pagar dívidas políticas e, posteriormente, para enriquecimento dos envolvidos. O MP requer ainda uma indenização mínima de R$ 40 milhões ao clube.