Conhecido nacionalmente como berço do carimbó, da guitarrada e do brega, o Norte do país tem muito mais a dizer — e o Acre está na rima. Apesar de não ser um dos polos mais visíveis do gênero, o estado abriga uma cena de rap ativa e potente, com artistas que vêm conquistando prêmios nacionais e posições de destaque nas plataformas digitais.
Um dos nomes que simbolizam essa força é o rapper e produtor acreano Carlos Silva de Oliveira, de 25 anos, conhecido como Kaemizê. Ele venceu a categoria de Álbum do Ano no Prêmio 5lemento Hip Hop 2023, realizado em São Paulo (SP), um dos mais importantes do país no segmento. O álbum “Em Tempos de Guerra” recebeu 50% dos votos do público, superando artistas de todo o Brasil. Kaemizê também foi indicado na categoria DJ/Beatmaker, consolidando sua versatilidade na cena.
Já em 2024, outro talento local chamou atenção: o jovem rapper Real Nattan, de apenas 16 anos, alcançou o top 1 no Spotify Acre com a faixa autoral “Olhando Pra Mim”. A música viralizou rapidamente, registrando mais de mil visualizações no YouTube nas primeiras 12 horas após o lançamento. Somente o anúncio da estreia ultrapassou 70 mil visualizações nas redes sociais.
Embora ainda distante do eixo dos grandes centros urbanos, o rap no Acre segue pulsante. A cena local é marcada por batalhas de rima, festivais, produções independentes e muita representatividade. O gênero se consolida como um espaço importante de debate sobre questões sociais, políticas e culturais, sendo uma poderosa ferramenta de expressão para a juventude e as comunidades periféricas do estado.
Neste 6 de agosto, Dia do Rap Nacional, o Acre mostra que também rima — com talento, atitude e resistência.